É uma doença antiga do Brasil a corruptite, mas ela não prejudica os que carregam o seu vírus no sangue. Só causa danos ao povo, à massa sofrida dos trabalhadores mal remunerados, a uma gente pobre e injustiçada.
Doença crônica da nossa pátria amada, salve, salve, a corrupti-te levou um grande orador, o padre Antônio Vieira, a soltar estas afirmativas, perguntas e respostas num sermão pronunciado em 1665:
“Perde-se o Brasil (digâmo-lo em uma palavra) porque alguns ministros de Sua Majestade não vêm cá buscar nosso bem, vem cá buscar nossos bens... EI-Rei manda-os tomar Pernambuco e eles contentam-se com o tomar... Toma nesta terra o ministro da Justiça? Sim, toma. Toma, o ministro da Fazenda? Sim, toma... Toma o ministro da República? Sim, toma. Toma o ministro do Estado? Sim, toma..."
Autoridades do rei dom José I, na época do Brasil Colonial, exibiam as suas gananciosas unhas aduncas até na palma da mão, e os outros figurões também, como os contratadores de diamantes. Esses contratadores arrendavam do Estado as jazidas. João Fernandes de Oliveira, um deles, apaixonou-se pela negra Xica da Silva e tinha palácios, templos, edifícios opulentos, minas de ouro. Uma riqueza oriunda das infrações que ele cometia contra o erário do reino. Sabendo disso, o marquês de Pombal o obrigou a pagar, ao Estado português, a imensa quantia de 11 milhões de cruzados.
Fiscais e meirinhos se locupletavam às custas de safadezas, mormente na barroca Minas Gerais do século XVIII.
Se Brasil Colonial já era um país de corruptos, o Brasil Império não ficou atrás, também foi uma Corruptolândia.
Narra Moreira de Azevedo no seu livro “Mosaico brasileiro” (Editora Garnier, Rio de Janeiro, 1869, página 135), que tendo ocorrido um roubo no Tesouro Público do Império, uma pessoa transmitiu esta notícia ao marquês de Maricá. O assalto, observou o informante, havia sido praticado “por uns miseráveis”. Indignado, o marquês de Maricá respondeu:
- Miseráveis! Miseráveis! Ah, meu caro amigo, o roubo de milhões enobrece os ladrões.
De fato, em larga escala, a desonestidade no Brasil dava foros de nobreza. Filosofando, o povo dizia:
“Quem rouba um tostão é ladrão. Quem rouba um milhão é barão.”
Cínicos e audaciosos, os corruptos se multiplicavam nas épocas de dom Pedro I e de dom Pedro II. E os monarquistas não me venham com essa história de que nos reinados de ambos só se via, em toda parte, a decência, a honradez, a probidade administrativa. O britânico Henry Coster, autor do livro “Travels in Brazil”, publicado em Londres no ano de 1816, afirmou o seguinte nessa obra: aqui, no tempo de dom Pedro I, eram comuns o peculato, a corrupção, vários delitos, porém os autores desses crimes escapavam da Justiça. Van Halle, outro europeu, ficou escandalizado em 1881, quando soube que o governo de dom Pedro II reintegrara no serviço público alguns agentes de polícia exonerados por desonestidade.
Após a queda do Império em 1889, os corruptos da República substituiram em numerosos postos os corruptos do regime monárquico. Ratos ocuparam os lugares de outros ratos. Eles, como os da mesma espécie do Segundo Reinado, passaram a navegar calmamente nas águas mansas da Corruptolândia. Ao ver essa afrontosa tranqüilidade da rataria, o austero barão de Lucena, ministro da Fazenda, escreveu estas palavras numa carta enviada no dia 4 de novembro de 1891 ao seu amigo Cesário Alvim, governador de Minas:
“...em nosso Brasil não há falta de homens inteligentes e ilustrados; a falta que há é de homens de caráter e patriotas!”
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
domingo, 21 de dezembro de 2008
Difamar Jesus e a mais imunda das baixezas
Com todos os meus defeitos, com todos os meus pecados, sempre tive e tenho um amor forte por Jesus Cristo. Acredito firmemente no Filho de Deus Humanado. Ele, para mim, nunca deixou ser o Verbo Divino, a Verdade Eterna, o Príncipe da Paz, a Imorredoura Luz Celestial, o Alto Pastor do Universal Rebanho, o Piedoso, o Amoroso, o Vitorioso, o Guia, a Esperança, a Salvação. Todas as vezes, quando abro a Bíblia e volto a ler os episódios da sua vida, eu me emociono muito. Ninguém se compara a Cristo, ninguém. E causam-me nojo, ânsia de vomito, desprezo imenso, os que o atacam e o ridicularizam. Difamar Jesus, como fez Dan Brown no livro O Código Da Vinci, é a suprema infâmia, a mais imunda das baixezas.
Sou bem grato ao Rabino da Galiléia. Quantas vezes ele me ajudou! Obrigado ò Redentor boníssimo, generosíssimo! Lembro-me de que certo dia um editor ateu me propôs:
-Fernando, pretendo lhe dar uma grande soma de dinheiro, se você escrever um livro contra Jesus Cristo.
Reagi indignado:
-Como se atreve a propor isto? Em hipótese alguma aceitaria esta oferta, nem que você me entregue um cofre enorme, repleto de pérolas, diamantes e moedas de ouro! Jamais!
O editor respondeu:
-Admiro o seu procedimento. Perdoe-me, não insistirei.
Esse editor era meu amigo e já desencarnou. Deus ilumine a sua alma.
Conta velha lenda oriental que várias pessoas se ajuntavam em redor de um cão morto, no mercado de populosa cidade da Síria. Ali, num canto, ele tinha no magro pescoço a corda suja com a qual o haviam arrastado pelo chão. Uma daquelas pessoas, tampando o nariz, soltou este comentário:
-Ele cheira mal, deve estar podre!
Logo um comerciante exibiu a sua repulsa:
-A pele rasgada deste bicho horrível e fedorento não serve nem para se transformar na correia de uma sandália.
Outro fulano declarou:
-Sem dúvida a corda do seu pescoço é a prova de que era um cachorro ladrão. Mereceu ser enforcado!
Depois de ouvir tais comentários, aproximou-se do grupo um homem de rosto sereno, em cujo meigo olhar uma estranha luz resplandecia. O desconhecido se inclinou na frente do animal e proferiu estas palavras:
-As pérolas mais lindas não têm a alvura dos seus dentes.
Surpresos, todos se entreolharam, e cabisbaixos, sob o domínio da vergonha, começaram a ir embora, mas um deles arriscou-se a dizer:
-Este homem deve ser Jesus de Nazaré, pois só ele e capaz de ver a pura beleza no corpo xingado, humilhado e maltratado de um mísero cão morto.
É mesmo, só Jesus possui o dom de ver o que nos não vemos, de descobrir uma flor viçosa e recendente num imundo pântano estagnado.
Apenas Jesus acolhe a todos, não discrimina, não separa o homem preto do homem branco, o enfermo do sadio, o opulento do pobre, o infeliz do venturoso, conforme mostra este magnífico soneto do livro Porta do Céu, escrito pelo meu pai, Salomão Jorge:
“Água da fonte, rico pão da vida,
Videira santa que floriu no prado,
Só tu podes curar qualquer ferida,
E a lágrima enxugar do desgraçado!
Toda a existência que tombou vencida
Encontra em Ti o lar ambicionado,
E o que geme na dor incompreendida
Será por Ti ouvido e consolado.
Ó Lírio de ouro das vergéis amenos,
De olhos doces, nostálgicos, profundos,
Teu coração é a pátria dos pequenos!
Ó Lâmpada do cego, sempre acesa,
Mendigos, párias, órfãos, vagabundos,
Sentam-se, hóspedes de honra, à Tua mesa!"
Hoje, eu lamento, livros, revistas e jornais se empenham na porca tarefa de enxovalhar Jesus. Querem crucificá-lo pela segunda vez
Sou bem grato ao Rabino da Galiléia. Quantas vezes ele me ajudou! Obrigado ò Redentor boníssimo, generosíssimo! Lembro-me de que certo dia um editor ateu me propôs:
-Fernando, pretendo lhe dar uma grande soma de dinheiro, se você escrever um livro contra Jesus Cristo.
Reagi indignado:
-Como se atreve a propor isto? Em hipótese alguma aceitaria esta oferta, nem que você me entregue um cofre enorme, repleto de pérolas, diamantes e moedas de ouro! Jamais!
O editor respondeu:
-Admiro o seu procedimento. Perdoe-me, não insistirei.
Esse editor era meu amigo e já desencarnou. Deus ilumine a sua alma.
Conta velha lenda oriental que várias pessoas se ajuntavam em redor de um cão morto, no mercado de populosa cidade da Síria. Ali, num canto, ele tinha no magro pescoço a corda suja com a qual o haviam arrastado pelo chão. Uma daquelas pessoas, tampando o nariz, soltou este comentário:
-Ele cheira mal, deve estar podre!
Logo um comerciante exibiu a sua repulsa:
-A pele rasgada deste bicho horrível e fedorento não serve nem para se transformar na correia de uma sandália.
Outro fulano declarou:
-Sem dúvida a corda do seu pescoço é a prova de que era um cachorro ladrão. Mereceu ser enforcado!
Depois de ouvir tais comentários, aproximou-se do grupo um homem de rosto sereno, em cujo meigo olhar uma estranha luz resplandecia. O desconhecido se inclinou na frente do animal e proferiu estas palavras:
-As pérolas mais lindas não têm a alvura dos seus dentes.
Surpresos, todos se entreolharam, e cabisbaixos, sob o domínio da vergonha, começaram a ir embora, mas um deles arriscou-se a dizer:
-Este homem deve ser Jesus de Nazaré, pois só ele e capaz de ver a pura beleza no corpo xingado, humilhado e maltratado de um mísero cão morto.
É mesmo, só Jesus possui o dom de ver o que nos não vemos, de descobrir uma flor viçosa e recendente num imundo pântano estagnado.
Apenas Jesus acolhe a todos, não discrimina, não separa o homem preto do homem branco, o enfermo do sadio, o opulento do pobre, o infeliz do venturoso, conforme mostra este magnífico soneto do livro Porta do Céu, escrito pelo meu pai, Salomão Jorge:
“Água da fonte, rico pão da vida,
Videira santa que floriu no prado,
Só tu podes curar qualquer ferida,
E a lágrima enxugar do desgraçado!
Toda a existência que tombou vencida
Encontra em Ti o lar ambicionado,
E o que geme na dor incompreendida
Será por Ti ouvido e consolado.
Ó Lírio de ouro das vergéis amenos,
De olhos doces, nostálgicos, profundos,
Teu coração é a pátria dos pequenos!
Ó Lâmpada do cego, sempre acesa,
Mendigos, párias, órfãos, vagabundos,
Sentam-se, hóspedes de honra, à Tua mesa!"
Hoje, eu lamento, livros, revistas e jornais se empenham na porca tarefa de enxovalhar Jesus. Querem crucificá-lo pela segunda vez
domingo, 14 de dezembro de 2008
Cinco provas históricas da passagem de Jesus por este mundo
Eu li, no número 450 da revista Época, as seguintes linhas de Hildeberto Aquino:
“Jesus é a maior ilusão da humanidade, à custa da qual oportunistas se locupletam. De sua efetiva existência, não há uma só prova cabal, científica, irrefutável. Tudo se resume a intencionais conjecturas com o propósito de iludir e oprimir os incautos e deles sugar até a última gota de consciência... e de dinheiro”.
Para o Hildeberto Aquino, portanto, Jesus é uma criação dos vigaristas. Um personagem inventado por alguém que apenas quis causar a alienação de todos nós e arrancar dinheiro dos crédulos, dos ingênuos, dos trouxas... Hildeberto pertence à família dos “Novos Ateus”, da qual fazem parte o filósofo americano Daniel Dennet e o zoólogo britânico Richard Dawkins. Ambos, em 2006, lançaram manifestos dedicados a contestar a existência de Deus.
Agora vamos revelar como de fato Jesus Cristo existiu (e ainda existe), desmentindo a afirmativa do materialista Hildeberto Aquino.
Prova histórica número 1. A bela Bíblia sagrada. Ela não é apenas um livro religioso, é também um magnífico livro histórico. Tudo que apresenta sobre Jesus Cristo, a Palestina, o Egito, a Assíria, o Império Romano, as regiões do Oriente, os seus reis, os seus profetas, os apóstolos, tudo tem o cunho da verdade.
Prova histórica número 2. O texto do historiador judeu Flávio Josefo, da época de Cristo. Ele evocou a incomparável figura deste no capítulo terceiro do volume XVIII da obra Antiguidades judaicas. Reproduzo aqui o seu texto:
“Entretanto existia, naquele tempo, um certo Jesus, homem sábio... Era fazedor de milagres... ensinava de tal maneira que os homens o escutavam com prazer... Era o Cristo, e quando Pilatos o condenou a ser crucificado, esses que o amavam não o abandonaram e ele lhes apareceu no terceiro dia...”
Como estamos vendo, o historiador Flávio Josefo mencionou, inclusive, a ressurreição do Verbo Divino!
Prova histórica número 3. O texto de Públio Cornélio Tácito, um dos maiores historiadores da Antiguidade (56-57 AC), na parte XV dos seus Anais:
“Nero infligiu as torturas mais refinadas a esses homens que sob o nome comum de cristãos, eram já marcados pela mais merecida das infâmias. O nome deles se originava de Cristo, que sob o reinado de Tibério, havia sofrido a pena de morte por um decreto do procurador Pôncio Pilatos”.
Comentário do grande historiador inglês Edward Gibbon (1737-1794) sobre esta evocação do autor de Dialogus de oratoribus:
“A crítica mais cética deve respeitar a verdade desse fato extraordinário e a integridade desse tão famoso texto de Tácito.”
Prova histórica número 4. A carta do procônsul Plínio, o Jovem (62-114, após JC), enviada ao imperador Trajano. Eis dos trechos da carta:
“...maldizer Cristo, um verdadeiro cristão não o fará jamais... cantam (os cristãos) hinos a Cristo, como a um Deus...”
Prova histórica numero 5. Um trecho do capitulo XXV do livro quinto da obra Vitae duodecim Caesarum (Os doze césares), escrita pelo historiador romano Suetônio (cerca de 70-130 d.C.). Nesse trecho do capítulo no qual evoca o imperador Tibério, ele assim menciona o Nazareno:
“Expulsou de Roma os judeus, que instigados por um tal Chrestus (Cristo), provocavam freqüentes tumultos.”
Estas cinco provas históricas, citadas por nós, destroem totalmente a infeliz declaração de Hildebrando Aquino, que garantiu que “não há uma só prova cabal, científica, irrefutável”, da passagem de Jesus por este mundo. Hildeberto, você tem autoridade para invalidar as informações da Bíblia, os textos dos historiadores Flávio Josefo, Suetônio e Cornélio Tácito, do procônsul Plínio, o Jovem? Você despreza a opinião do insigne historiador inglês Edward Gibbon sobre o escrito de Tácito, onde este se refere a Jesus Cristo?
Por favor, Hildeberto, leia mais, estude mais, adquira mais conhecimentos. Não desrespeite a nossa fé com afirmativas absurdas, insensatas, nascidas de uma profunda carência de cultura.
“Jesus é a maior ilusão da humanidade, à custa da qual oportunistas se locupletam. De sua efetiva existência, não há uma só prova cabal, científica, irrefutável. Tudo se resume a intencionais conjecturas com o propósito de iludir e oprimir os incautos e deles sugar até a última gota de consciência... e de dinheiro”.
Para o Hildeberto Aquino, portanto, Jesus é uma criação dos vigaristas. Um personagem inventado por alguém que apenas quis causar a alienação de todos nós e arrancar dinheiro dos crédulos, dos ingênuos, dos trouxas... Hildeberto pertence à família dos “Novos Ateus”, da qual fazem parte o filósofo americano Daniel Dennet e o zoólogo britânico Richard Dawkins. Ambos, em 2006, lançaram manifestos dedicados a contestar a existência de Deus.
Agora vamos revelar como de fato Jesus Cristo existiu (e ainda existe), desmentindo a afirmativa do materialista Hildeberto Aquino.
Prova histórica número 1. A bela Bíblia sagrada. Ela não é apenas um livro religioso, é também um magnífico livro histórico. Tudo que apresenta sobre Jesus Cristo, a Palestina, o Egito, a Assíria, o Império Romano, as regiões do Oriente, os seus reis, os seus profetas, os apóstolos, tudo tem o cunho da verdade.
Prova histórica número 2. O texto do historiador judeu Flávio Josefo, da época de Cristo. Ele evocou a incomparável figura deste no capítulo terceiro do volume XVIII da obra Antiguidades judaicas. Reproduzo aqui o seu texto:
“Entretanto existia, naquele tempo, um certo Jesus, homem sábio... Era fazedor de milagres... ensinava de tal maneira que os homens o escutavam com prazer... Era o Cristo, e quando Pilatos o condenou a ser crucificado, esses que o amavam não o abandonaram e ele lhes apareceu no terceiro dia...”
Como estamos vendo, o historiador Flávio Josefo mencionou, inclusive, a ressurreição do Verbo Divino!
Prova histórica número 3. O texto de Públio Cornélio Tácito, um dos maiores historiadores da Antiguidade (56-57 AC), na parte XV dos seus Anais:
“Nero infligiu as torturas mais refinadas a esses homens que sob o nome comum de cristãos, eram já marcados pela mais merecida das infâmias. O nome deles se originava de Cristo, que sob o reinado de Tibério, havia sofrido a pena de morte por um decreto do procurador Pôncio Pilatos”.
Comentário do grande historiador inglês Edward Gibbon (1737-1794) sobre esta evocação do autor de Dialogus de oratoribus:
“A crítica mais cética deve respeitar a verdade desse fato extraordinário e a integridade desse tão famoso texto de Tácito.”
Prova histórica número 4. A carta do procônsul Plínio, o Jovem (62-114, após JC), enviada ao imperador Trajano. Eis dos trechos da carta:
“...maldizer Cristo, um verdadeiro cristão não o fará jamais... cantam (os cristãos) hinos a Cristo, como a um Deus...”
Prova histórica numero 5. Um trecho do capitulo XXV do livro quinto da obra Vitae duodecim Caesarum (Os doze césares), escrita pelo historiador romano Suetônio (cerca de 70-130 d.C.). Nesse trecho do capítulo no qual evoca o imperador Tibério, ele assim menciona o Nazareno:
“Expulsou de Roma os judeus, que instigados por um tal Chrestus (Cristo), provocavam freqüentes tumultos.”
Estas cinco provas históricas, citadas por nós, destroem totalmente a infeliz declaração de Hildebrando Aquino, que garantiu que “não há uma só prova cabal, científica, irrefutável”, da passagem de Jesus por este mundo. Hildeberto, você tem autoridade para invalidar as informações da Bíblia, os textos dos historiadores Flávio Josefo, Suetônio e Cornélio Tácito, do procônsul Plínio, o Jovem? Você despreza a opinião do insigne historiador inglês Edward Gibbon sobre o escrito de Tácito, onde este se refere a Jesus Cristo?
Por favor, Hildeberto, leia mais, estude mais, adquira mais conhecimentos. Não desrespeite a nossa fé com afirmativas absurdas, insensatas, nascidas de uma profunda carência de cultura.
domingo, 16 de novembro de 2008
Respondendo a professores e estudantes de Jornalismo
Tenho recebido muitas cartas e e-mails de professores e estudantes de Jornalismo. Eles desejam obter esclarecimentos sobre questões de linguagem, de estilística do idioma português. O jovem Jeová Astério de Farias, de Belo Horizonte, enviou-me esta pergunta:
“Quando o sujeito é um substantivo coletivo, seguido de complemento no plural, o verbo deve ir para o singular ou para o plural?”
Prezado Jeová, tanto faz, é indiferente. Você pode escrever assim:
“Um bando de marginais atacou.”
Ou desta forma:
“Um bando de marginais atacaram.”
* * *
Professor de Jornalismo, porém apaixonado por semântica, ramo da lingüística que estuda a significado das palavras e as suas variações ao longo do tempo, o senhor Luís de Melo Bittencourt, residente em Mogi das Cruzes, quer saber de onde veio o substantivo paraninfo.
Na antiga Grécia e na Roma imperial, o paraninfo era um dos três rapazes que conduziam a noiva à casa do noivo. Palavra oriunda do grego paránymphos (de para, “ao lado de”, e nymphè, “noiva”). Hoje este substantivo significa padrinho, testemunha de casamento ou de formatura universitária, conforme elucida o professor Francisco da Silveira Bueno no seu “Grande dicionário etimológico-prosódico da língua portuguesa.” Aliás, frisa o referido mestre, Santo Agostinho, o mais célebre dos padres latinos, fecundíssimo autor de 93 obras, inclusive da imortal De civitate dei, usou a palavra paraninfo na sua forma latina, paranymphu.
* * *
Selma Lourença Pontes, estudante de Jornalismo em Porto Alegre, indaga se é correto o emprego da expressão devido a.
Cara Selma, os puristas, os gramaticões apegados à leitura dos clássicos, exigem que esta locução causal seja substituída pela expressão por causa de ou em virtude de. Eles não evoluíram. Hoje a expressão devido a é totalmente aceita, até pelos bons gramáticos modernos. Aqui vai este exemplo:
“...devido ao esforço com que são proferidas.”
(J. J. Nunes, “Compêndio de gramática histórica”).
Também a empregou um escritor clássico da literatura portuguesa:
“Mas, devido a uns e a outros, o estado de coisas era intolerável”.
(Alexandre Herculano, “História de Portugal”).
* * *
Antônia Rodrigues de Oliveira Lourenção, estudante de Jornalismo no Rio de Janeiro, declarou isto numa carta:
“Volta e meia encontro palavras, em jornais e revistas, que não se acham nos dicionários. Há poucos dias li esta palavra: dextrofobia. Nem o Aurélio e nem o Houaiss a registraram, apesar de serem considerados dois excelentes dicionários. Sei que é uma fobia, mas de quê?”
Dextrofobia, Antônia, é sentir medo dos objetos colocados à nossa direita, como a acrofobia é o medo dos lugares altos; a amaxofobia, o medo de ficar em frente dos automóveis; a betracofobia, o medo dos sapos e das rãs; a blemofobia, o medo de ser olhado; a ginecofobia, o medo de ver mulheres; a misofobia, o medo de ser contagiado; a odontofobia, o medo de ver os dentes dos animais; a paracavedecatrifobia, o medo da sexta-feira 13; a quelofobia, o medo de ser abraçado; a quinesiofobia, o medo do movimento; a siderodromofobia, o medo viajar pelas estradas-de-ferro; a tricofobia, o medo de tocar em coisas peludas; a urofobia, o medo da urina; a xantofobia, o medo de ver coisas amarelas.
Chega, não agüento mais. Tomei um porre de fobias...
* * *
O leitor Alexandre Sérgio Korag, de Juiz de Fora, pergunta quais são os gentílicos de Buenos-Aires, Guaiaquil, Oxford e Jerusalém. Tentou achá-los nos dicionários e não conseguiu.
Substantivo masculino, gentílico é o nome designativo de naturalidade. Exemplo: bagdali é o gentílico para quem nasce em Bagdá. Portanto, caro Alexandre, os naturais de Buenos Aires são bonaerenses ou buenairenses; os de Guaiaquil, principal porto do Equador, são guaiaquilenhos ou guaiaquileses; os de Oxford, condado da Inglaterra, oxonianos; os de Jerusalém, capital espiritual do povo judeu e cidade santa dos cristãos, hierosolimitas ou hierosolimitanos.
* * *
Jesuina Jacinta da Cunha, de Caetité, cidade baiana, indaga se o diminutivo de núcleo é nuclezinho e o de pico é picozinho. Não, Jesuina, o de núcleo é nucléolo e o de pico é picote e picoto.
* * *
Recebi uma carta de Júlio da Silva Gonçalves, que mora em Petrópolis, e na qual ele comenta:
“No meu entender, está errado o plural da palavra gol, apotuguesamento do vocábulo inglês goal, pois se o plural de lençol é lençóis, o plural de gol dever ser góis. Entretanto, violando a regra gramatical, o brasileiro diz gols. Por quê?”
Júlio, o professor Domício Proença Filho, titular de literatura brasileira da Universidade Federal Fluminense, já mostrou a causa disso no livro “Por dentro das palavras da nossa língua portuguesa”, lançado em 2003 pela Editora Record. O uso contínuo fez o errado ser aceito. A pura verdade é esta: o povo repeliu o plural correto e é ele - o povo - que centenas de vezes, no campo da linguagem, impõe os seus caprichos, a sua maneira de falar, embora o poeta Olavo Bilac tivesse afirmado:
“A pátria não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos – é o idioma criado ou herdado pelo povo. Um povo só começa a perder a sua independência, a sua existência autônoma, quando começa a perder o amor do idioma natal. A morte de uma nação começa sempre pelo apodrecimento da língua”.
“Quando o sujeito é um substantivo coletivo, seguido de complemento no plural, o verbo deve ir para o singular ou para o plural?”
Prezado Jeová, tanto faz, é indiferente. Você pode escrever assim:
“Um bando de marginais atacou.”
Ou desta forma:
“Um bando de marginais atacaram.”
* * *
Professor de Jornalismo, porém apaixonado por semântica, ramo da lingüística que estuda a significado das palavras e as suas variações ao longo do tempo, o senhor Luís de Melo Bittencourt, residente em Mogi das Cruzes, quer saber de onde veio o substantivo paraninfo.
Na antiga Grécia e na Roma imperial, o paraninfo era um dos três rapazes que conduziam a noiva à casa do noivo. Palavra oriunda do grego paránymphos (de para, “ao lado de”, e nymphè, “noiva”). Hoje este substantivo significa padrinho, testemunha de casamento ou de formatura universitária, conforme elucida o professor Francisco da Silveira Bueno no seu “Grande dicionário etimológico-prosódico da língua portuguesa.” Aliás, frisa o referido mestre, Santo Agostinho, o mais célebre dos padres latinos, fecundíssimo autor de 93 obras, inclusive da imortal De civitate dei, usou a palavra paraninfo na sua forma latina, paranymphu.
* * *
Selma Lourença Pontes, estudante de Jornalismo em Porto Alegre, indaga se é correto o emprego da expressão devido a.
Cara Selma, os puristas, os gramaticões apegados à leitura dos clássicos, exigem que esta locução causal seja substituída pela expressão por causa de ou em virtude de. Eles não evoluíram. Hoje a expressão devido a é totalmente aceita, até pelos bons gramáticos modernos. Aqui vai este exemplo:
“...devido ao esforço com que são proferidas.”
(J. J. Nunes, “Compêndio de gramática histórica”).
Também a empregou um escritor clássico da literatura portuguesa:
“Mas, devido a uns e a outros, o estado de coisas era intolerável”.
(Alexandre Herculano, “História de Portugal”).
* * *
Antônia Rodrigues de Oliveira Lourenção, estudante de Jornalismo no Rio de Janeiro, declarou isto numa carta:
“Volta e meia encontro palavras, em jornais e revistas, que não se acham nos dicionários. Há poucos dias li esta palavra: dextrofobia. Nem o Aurélio e nem o Houaiss a registraram, apesar de serem considerados dois excelentes dicionários. Sei que é uma fobia, mas de quê?”
Dextrofobia, Antônia, é sentir medo dos objetos colocados à nossa direita, como a acrofobia é o medo dos lugares altos; a amaxofobia, o medo de ficar em frente dos automóveis; a betracofobia, o medo dos sapos e das rãs; a blemofobia, o medo de ser olhado; a ginecofobia, o medo de ver mulheres; a misofobia, o medo de ser contagiado; a odontofobia, o medo de ver os dentes dos animais; a paracavedecatrifobia, o medo da sexta-feira 13; a quelofobia, o medo de ser abraçado; a quinesiofobia, o medo do movimento; a siderodromofobia, o medo viajar pelas estradas-de-ferro; a tricofobia, o medo de tocar em coisas peludas; a urofobia, o medo da urina; a xantofobia, o medo de ver coisas amarelas.
Chega, não agüento mais. Tomei um porre de fobias...
* * *
O leitor Alexandre Sérgio Korag, de Juiz de Fora, pergunta quais são os gentílicos de Buenos-Aires, Guaiaquil, Oxford e Jerusalém. Tentou achá-los nos dicionários e não conseguiu.
Substantivo masculino, gentílico é o nome designativo de naturalidade. Exemplo: bagdali é o gentílico para quem nasce em Bagdá. Portanto, caro Alexandre, os naturais de Buenos Aires são bonaerenses ou buenairenses; os de Guaiaquil, principal porto do Equador, são guaiaquilenhos ou guaiaquileses; os de Oxford, condado da Inglaterra, oxonianos; os de Jerusalém, capital espiritual do povo judeu e cidade santa dos cristãos, hierosolimitas ou hierosolimitanos.
* * *
Jesuina Jacinta da Cunha, de Caetité, cidade baiana, indaga se o diminutivo de núcleo é nuclezinho e o de pico é picozinho. Não, Jesuina, o de núcleo é nucléolo e o de pico é picote e picoto.
* * *
Recebi uma carta de Júlio da Silva Gonçalves, que mora em Petrópolis, e na qual ele comenta:
“No meu entender, está errado o plural da palavra gol, apotuguesamento do vocábulo inglês goal, pois se o plural de lençol é lençóis, o plural de gol dever ser góis. Entretanto, violando a regra gramatical, o brasileiro diz gols. Por quê?”
Júlio, o professor Domício Proença Filho, titular de literatura brasileira da Universidade Federal Fluminense, já mostrou a causa disso no livro “Por dentro das palavras da nossa língua portuguesa”, lançado em 2003 pela Editora Record. O uso contínuo fez o errado ser aceito. A pura verdade é esta: o povo repeliu o plural correto e é ele - o povo - que centenas de vezes, no campo da linguagem, impõe os seus caprichos, a sua maneira de falar, embora o poeta Olavo Bilac tivesse afirmado:
“A pátria não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos – é o idioma criado ou herdado pelo povo. Um povo só começa a perder a sua independência, a sua existência autônoma, quando começa a perder o amor do idioma natal. A morte de uma nação começa sempre pelo apodrecimento da língua”.
domingo, 19 de outubro de 2008
Gilberto Amado desfechou tiros num poeticida
Jornalista atuante, colaborador do Estado de Sergipe, Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Correio Paulistano e de outros órgãos, Gilberto Amado condenou as obras de dois mandões da república das letras, num artigo publicado no diário O País, em 23 de setembro de 1913. Esses mandões – podemos classificá-los desse modo porque eram muito severos, autoritários – chamavam-se Elói Pontes e Lindolfo Collor, autores, respectivamente, dos livros A luta anônima e Elogios e símbolos. A crítica de Gilberto, áspera, inexorável, não se valeu de circunlóquios:
“Recebi por mãos deles, e com as mais penhoradas dedicatórias, os seus livros. Mas ao lê-los foi tal a minha impressão ante a volumosa nulidade literária, tão prestigiosamente impingida ao público ingênuo, que a minha serenidade e o meu bom gosto se revoltaram. É demais! De resto é um crime acoroçoar a vaidade desses rapazes a um trabalho inútil como a literatura, quando o país, em plena agitação do progresso, exige atividades propícias nas profissões remuneradoras”...
Crítica desapiedada, sem qualquer dúvida, porém justa em relação à poesia de Lindolfo Collor. Analise o leitor, por exemplo, estes versos do empertigado gaúcho de São Leopoldo:
“E deixo todo livre e sem entraves
o pensamento no país inconho
da Fantasia, onde gorjeiam aves,
sob a cúpula azul de um céu risonho.”
Versos de um rimador, de um poeticida, de um assassino da poesia. Quase total carência de gosto, de senso crítico. Horrível o tal “país inconho” para combinar com “céu risonho”.
E o último verso também é um desastre:
“só com os meus versos e com meu Orgulho”.
Reminiscência grotesca, infeliz, do epílogo do soneto “Avatara”, de Olavo Bilac:
“Mas o simum do orgulho enfunava o meu peito:
E eu galopava, livre, e voava, satisfeito
Da força de ser só, da glória de ser triste!”
Sim, péssima, execrável, a poesia de Lindolfo Collor, se é que podemos lhe dar o nome de poesia. Ele, um rapaz alto, robusto, descendente de alemães, sempre de monóculo como um marechal prussiano, ficou fulo de raiva, pôs-se de trombra. No outro dia, logo em seguida ao aparecimento da crítica, o poeticida ataca Gilberto Amado a bengaladas, quando o sergipano atravessava a rua do Ouvidor, de braço com o jornalista João do Rio. Ligeiro, Gilberto saca o seu revólver e dispara: pummmm!
Aterrorizadas, as pessoas se escafederam em todas as direções...
Imenso escândalo, a agressão repercutiu intensamente, logo se converteu no assunto predileto de todas as rodas da capital federal. João Ribeiro, num artigo, usou a expressão “intolerância porreteira”, e Lindolfo Collor, no vespertino A Noite, publicou uma descrição do episódio.
Bem, aí está a fúria de um poetastro contra o articulista de um diário. Perder a compostura por causa de uma crítica de jornal, como se deduz, não constitui o privilégio exclusivo de certos cabras-topetudos, mas é também o labéu de alguns intelectuais dogmáticos, pedantes, metidos a besta.
______
Escritor e jornalista, Fernando Jorge é autor do livro “Cale a boca, jornalista”, cuja 5ª edição foi lançada pela Editora Novo Século
“Recebi por mãos deles, e com as mais penhoradas dedicatórias, os seus livros. Mas ao lê-los foi tal a minha impressão ante a volumosa nulidade literária, tão prestigiosamente impingida ao público ingênuo, que a minha serenidade e o meu bom gosto se revoltaram. É demais! De resto é um crime acoroçoar a vaidade desses rapazes a um trabalho inútil como a literatura, quando o país, em plena agitação do progresso, exige atividades propícias nas profissões remuneradoras”...
Crítica desapiedada, sem qualquer dúvida, porém justa em relação à poesia de Lindolfo Collor. Analise o leitor, por exemplo, estes versos do empertigado gaúcho de São Leopoldo:
“E deixo todo livre e sem entraves
o pensamento no país inconho
da Fantasia, onde gorjeiam aves,
sob a cúpula azul de um céu risonho.”
Versos de um rimador, de um poeticida, de um assassino da poesia. Quase total carência de gosto, de senso crítico. Horrível o tal “país inconho” para combinar com “céu risonho”.
E o último verso também é um desastre:
“só com os meus versos e com meu Orgulho”.
Reminiscência grotesca, infeliz, do epílogo do soneto “Avatara”, de Olavo Bilac:
“Mas o simum do orgulho enfunava o meu peito:
E eu galopava, livre, e voava, satisfeito
Da força de ser só, da glória de ser triste!”
Sim, péssima, execrável, a poesia de Lindolfo Collor, se é que podemos lhe dar o nome de poesia. Ele, um rapaz alto, robusto, descendente de alemães, sempre de monóculo como um marechal prussiano, ficou fulo de raiva, pôs-se de trombra. No outro dia, logo em seguida ao aparecimento da crítica, o poeticida ataca Gilberto Amado a bengaladas, quando o sergipano atravessava a rua do Ouvidor, de braço com o jornalista João do Rio. Ligeiro, Gilberto saca o seu revólver e dispara: pummmm!
Aterrorizadas, as pessoas se escafederam em todas as direções...
Imenso escândalo, a agressão repercutiu intensamente, logo se converteu no assunto predileto de todas as rodas da capital federal. João Ribeiro, num artigo, usou a expressão “intolerância porreteira”, e Lindolfo Collor, no vespertino A Noite, publicou uma descrição do episódio.
Bem, aí está a fúria de um poetastro contra o articulista de um diário. Perder a compostura por causa de uma crítica de jornal, como se deduz, não constitui o privilégio exclusivo de certos cabras-topetudos, mas é também o labéu de alguns intelectuais dogmáticos, pedantes, metidos a besta.
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Escritor e jornalista, Fernando Jorge é autor do livro “Cale a boca, jornalista”, cuja 5ª edição foi lançada pela Editora Novo Século
domingo, 14 de setembro de 2008
Ler Paulo Coelho? Só se for para o corrigir
“A admiração, freqüentes vezes, é filha da ignorância”
Provérbio árabe
“O ignorante se irrita com o entendido”
Provérbio alemão
Vários estudantes dos cursos de jornalismo da PUC de Minas Gerais, da UCAM do Rio de Janeiro e da UFSM do Rio Grande do Sul, em cartas enviadas a mim, querem saber se os livros do Paulo Coelho são modelos de boa linguagem.
O autor de A bruxa de Portobello se enfureceu após eu afirmar, numa crônica, que ele ignora esta regra gramatical: não se separa por vírgula o verbo do sujeito. Paulo Coelho comentou, no decorrer de um programa de televisão apresentado em Belo Horizonte:
-E daí? Que importância tem que eu separe por vírgula o verbo do sujeito?
Ora, o escritor capaz de perpetrar este erro, mostra-se um apedeuta, um soberbo ignorante, pois o sujeito é o termo essencial da oração, indica o ser do qual se diz algo e revela, na maioria das vezes, quem executa a ação, o agente do processo verbal. Salientemos: a função sintática do sujeito pode ser exercida por um substantivo. Exemplo:
“A coruja piou durante toda a noite”.
Como o Paulo Coelho separa por vírgula o verbo do sujeito, esta frase nas suas mãos ficaria assim:
“A coruja, piou durante toda a noite”.
Do ponto de vista material, o Paulo é um vencedor. Cerca de 74 editoras, em todo o mundo, lançam os seus livros para mais de 100 milhões de leitores. É lido em 76 línguas e em 160 países. Recebeu mais de 70 prêmios. As honrarias o acompanham. Tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras, o Mensageiro da Paz e o Embaixador Europeu da Cultura, pela ONU, um cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra da França, criada por Napoleão. Imensamente rico, Paulo Coelho vive num vasto apartamento parisiense do sofisticado Distrito XVI.
De que modo explicar a razão de tamanho sucesso? Ele é a nulidade literária vitoriosa, um escritor incorreto, mediocríssimo, de quinta ou oitava categoria. Eis as causas de sua fama imerecida:
I- A onda de esoterismo que o favoreceu desde o ano de 1987, quando estreou na subliteratura com o abominável Diário de um mago.
II- O despreparo, a falta de cultura dos seus leitores, que não sabem discernir, ponderar, pois é ela – a cultura – que fornece o senso crítico, a capacidade de avaliação. E hoje existem milhões de leitores ignorantes, até mesmo nos países mais cultos, como a França, a Inglaterra, a Itália, a Alemanha.
III- Paulo Coelho é assunto obrigatório da mídia. Se esta decide prestigiar alguém - por mais medíocre ou nulo que seja o beneficiado - os meios de comunicação, a tv, os jornais, as revistas, vão sempre lhe dar cobertura.
O último livro de Paulo Coelho é autêntica subliteratura. Possui um enredo cinematográfico, no pior sentido. Corresponde a um péssimo filme de terror, produzido na Boca-do-Lixo de São Paulo. Intitula-se O vencedor está só e foi inspirado, salta à vista, na história de Jack, o Estripador, o serial killer que em Londres, a partir do mês de agosto de 1888, assassinou diversas prostitutas, cortando-lhes a garganta, extraindo as suas vísceras, os seus úteros, os seus ovários, partes da bexiga.
Mas o que impressiona, no novo livreco do Paulo Coelho, mais do que a história frágil, anêmica, é a enorme quantidade de absurdos, de lugares-comuns, de erros de português, de impropriedades lingüísticas.
Coelho gosta de soltar disparates. Na opinião dele, depois de mais de cinco anos de casamento, o homem e a mulher, todos, sem exceção, querem cometer adultério. Papai tenta cornear mamãe e mamãe tenta cornear papai (página 229).
No seu último livro, que parece o aborto monstruoso de uma cafetina sifilítica, os lugares-comuns se sucedem: “foi obrigado a percorrer um caminho árduo” (página 139); “guerras sangrentas” (página 163); “passado remoto” (página 186); “verdadeiro clima de histeria” (página 272); “morrendo de tédio” (página 272); “custos proibitivos” (página 289); “camisa imaculadamente branca” (página 290); “tinha uma vida inteira pela frente” (página 344); “às vezes, os sonhos se transformam em pesadelos” (página 364).
Só os escritores insignificantes, sem talento, usam estas expressões gastas, estes lugares-comuns mais surrados do que uma gigolete por um gigolô...
Erros gravíssimos de português não faltam nas páginas do romanceco O vencedor está só. Assemelham-se ao desfile de um interminável exército composto de soldados capengas, descalços, famintos, em molambos.
Paulito Coelhito, por ser um escritor tão fraquito, não sabe que o correto é “sentar-se à mesa” e não “sentar-se na mesa”. Quem o lê tem a impressão de que ele, quando quer almoçar ou jantar lá em Paris, prefere pousar as suas bem nutridas nádegas em cima das mesas dos restaurantes Apicius, da avenida de Villiers; do Le Pré Catelan, do Bois de Boulogne; do Au Trou Gascon, da rua Taine; do Le Pavillon Montsouris, da rua Gazan... Aqui vai a prova:
“Depois da quinta pessoa a sentar em sua mesa” (página 20); “sentar-se na mesa para conversar” (página 110); “sentar-se na mesa sem pedir permissão” (página 113); “ sentou-se na mesa do canto” (página 368); “sentada naquela mesa” (página 372).
Portanto, amigo leitor, se você for a Paris e entrar no restaurante Le Train Bleu, em estilo Belle Époque, da Gare de Lyon, e ali puder ver o Paulo Coelho devorando uma suculenta salsicha lionesa, com a sua fofa região glútea posta em cima de uma das mesas cobertas de toalhas azuis, por favor, não se escandalize, pois a riqueza do escritor mais errado do nosso planeta lhe permite fazer qualquer extravagância...
Paulo continua a não saber usar a combinação da preposição em com o pronome demonstrativo aquele, na sua forma feminina, como se vê na página 131 de O vencedor está só:
...“terminava matando duas pessoas inocentes aquela manhã”.
Foi a manhã que matou as duas pessoas? Correção: “...naquela manhã”.
Ele também não sabe que a preposição para atrai o pronome se, nestas duas frases: “...para masturbar-se...”(página 201), e “...para distrair-se...” (página 345).
Na página 212 encontrei este despropósito: ...“parecia congelar de frio”. Pergunto: alguém se congela de quente? Além disso o verbo congelar, no trecho acima, é pronominal: congelar-se.
Vou parar aqui. Os erros gramaticais do Paulo Coelho são infindáveis e combinam com o seu sobrenome, pois eles se multiplicam mais do que os coelhos da Austrália.
Provérbio árabe
“O ignorante se irrita com o entendido”
Provérbio alemão
Vários estudantes dos cursos de jornalismo da PUC de Minas Gerais, da UCAM do Rio de Janeiro e da UFSM do Rio Grande do Sul, em cartas enviadas a mim, querem saber se os livros do Paulo Coelho são modelos de boa linguagem.
O autor de A bruxa de Portobello se enfureceu após eu afirmar, numa crônica, que ele ignora esta regra gramatical: não se separa por vírgula o verbo do sujeito. Paulo Coelho comentou, no decorrer de um programa de televisão apresentado em Belo Horizonte:
-E daí? Que importância tem que eu separe por vírgula o verbo do sujeito?
Ora, o escritor capaz de perpetrar este erro, mostra-se um apedeuta, um soberbo ignorante, pois o sujeito é o termo essencial da oração, indica o ser do qual se diz algo e revela, na maioria das vezes, quem executa a ação, o agente do processo verbal. Salientemos: a função sintática do sujeito pode ser exercida por um substantivo. Exemplo:
“A coruja piou durante toda a noite”.
Como o Paulo Coelho separa por vírgula o verbo do sujeito, esta frase nas suas mãos ficaria assim:
“A coruja, piou durante toda a noite”.
Do ponto de vista material, o Paulo é um vencedor. Cerca de 74 editoras, em todo o mundo, lançam os seus livros para mais de 100 milhões de leitores. É lido em 76 línguas e em 160 países. Recebeu mais de 70 prêmios. As honrarias o acompanham. Tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras, o Mensageiro da Paz e o Embaixador Europeu da Cultura, pela ONU, um cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra da França, criada por Napoleão. Imensamente rico, Paulo Coelho vive num vasto apartamento parisiense do sofisticado Distrito XVI.
De que modo explicar a razão de tamanho sucesso? Ele é a nulidade literária vitoriosa, um escritor incorreto, mediocríssimo, de quinta ou oitava categoria. Eis as causas de sua fama imerecida:
I- A onda de esoterismo que o favoreceu desde o ano de 1987, quando estreou na subliteratura com o abominável Diário de um mago.
II- O despreparo, a falta de cultura dos seus leitores, que não sabem discernir, ponderar, pois é ela – a cultura – que fornece o senso crítico, a capacidade de avaliação. E hoje existem milhões de leitores ignorantes, até mesmo nos países mais cultos, como a França, a Inglaterra, a Itália, a Alemanha.
III- Paulo Coelho é assunto obrigatório da mídia. Se esta decide prestigiar alguém - por mais medíocre ou nulo que seja o beneficiado - os meios de comunicação, a tv, os jornais, as revistas, vão sempre lhe dar cobertura.
O último livro de Paulo Coelho é autêntica subliteratura. Possui um enredo cinematográfico, no pior sentido. Corresponde a um péssimo filme de terror, produzido na Boca-do-Lixo de São Paulo. Intitula-se O vencedor está só e foi inspirado, salta à vista, na história de Jack, o Estripador, o serial killer que em Londres, a partir do mês de agosto de 1888, assassinou diversas prostitutas, cortando-lhes a garganta, extraindo as suas vísceras, os seus úteros, os seus ovários, partes da bexiga.
Mas o que impressiona, no novo livreco do Paulo Coelho, mais do que a história frágil, anêmica, é a enorme quantidade de absurdos, de lugares-comuns, de erros de português, de impropriedades lingüísticas.
Coelho gosta de soltar disparates. Na opinião dele, depois de mais de cinco anos de casamento, o homem e a mulher, todos, sem exceção, querem cometer adultério. Papai tenta cornear mamãe e mamãe tenta cornear papai (página 229).
No seu último livro, que parece o aborto monstruoso de uma cafetina sifilítica, os lugares-comuns se sucedem: “foi obrigado a percorrer um caminho árduo” (página 139); “guerras sangrentas” (página 163); “passado remoto” (página 186); “verdadeiro clima de histeria” (página 272); “morrendo de tédio” (página 272); “custos proibitivos” (página 289); “camisa imaculadamente branca” (página 290); “tinha uma vida inteira pela frente” (página 344); “às vezes, os sonhos se transformam em pesadelos” (página 364).
Só os escritores insignificantes, sem talento, usam estas expressões gastas, estes lugares-comuns mais surrados do que uma gigolete por um gigolô...
Erros gravíssimos de português não faltam nas páginas do romanceco O vencedor está só. Assemelham-se ao desfile de um interminável exército composto de soldados capengas, descalços, famintos, em molambos.
Paulito Coelhito, por ser um escritor tão fraquito, não sabe que o correto é “sentar-se à mesa” e não “sentar-se na mesa”. Quem o lê tem a impressão de que ele, quando quer almoçar ou jantar lá em Paris, prefere pousar as suas bem nutridas nádegas em cima das mesas dos restaurantes Apicius, da avenida de Villiers; do Le Pré Catelan, do Bois de Boulogne; do Au Trou Gascon, da rua Taine; do Le Pavillon Montsouris, da rua Gazan... Aqui vai a prova:
“Depois da quinta pessoa a sentar em sua mesa” (página 20); “sentar-se na mesa para conversar” (página 110); “sentar-se na mesa sem pedir permissão” (página 113); “ sentou-se na mesa do canto” (página 368); “sentada naquela mesa” (página 372).
Portanto, amigo leitor, se você for a Paris e entrar no restaurante Le Train Bleu, em estilo Belle Époque, da Gare de Lyon, e ali puder ver o Paulo Coelho devorando uma suculenta salsicha lionesa, com a sua fofa região glútea posta em cima de uma das mesas cobertas de toalhas azuis, por favor, não se escandalize, pois a riqueza do escritor mais errado do nosso planeta lhe permite fazer qualquer extravagância...
Paulo continua a não saber usar a combinação da preposição em com o pronome demonstrativo aquele, na sua forma feminina, como se vê na página 131 de O vencedor está só:
...“terminava matando duas pessoas inocentes aquela manhã”.
Foi a manhã que matou as duas pessoas? Correção: “...naquela manhã”.
Ele também não sabe que a preposição para atrai o pronome se, nestas duas frases: “...para masturbar-se...”(página 201), e “...para distrair-se...” (página 345).
Na página 212 encontrei este despropósito: ...“parecia congelar de frio”. Pergunto: alguém se congela de quente? Além disso o verbo congelar, no trecho acima, é pronominal: congelar-se.
Vou parar aqui. Os erros gramaticais do Paulo Coelho são infindáveis e combinam com o seu sobrenome, pois eles se multiplicam mais do que os coelhos da Austrália.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
VARIANTE LINGÜÍSTICA É UMA COISA E ERRO DE PORTUGUÊS É OUTRA
Depois que Jânio Quadros venceu a eleição de 1954 para o governo paulista, com 660.264 votos de diferença, contra 641.960, dados a Ademar de Barros, quatro prostitutas, vítimas da violência de um grupo de policiais, foram apresentar as suas queixas ao novo governador. Elas lhe disseram:
-Nóis semo prostituta.
Ex-professor de português do Colégio Dante Alighieri, o político nascido em Mato Grosso protestou:
-“Nóis semo prostituta”, não, o correto é “nós somos prostitutas”.
Arregalando os olhos, muito espantadas, as quatro mulheres quiseram saber:
-Puxa, intão o sinhor também é?
Vermelho, indignado, Jânio não se conteve:
-Retirem-se imediatamente!
O episódio é anedota, mas aqui ficou bem claro que Jânio Quadros corrigiu a frase errada das quatro mulheres. Se esta frase fosse uma variante lingüística, ele não as corrigiria. Sim, porque variante lingüística é uma coisa e erro de português é outra.
Alguns professores querem ser “modernos”, “avançados”, e embora consigam ver os clamorosos solecismos de certas frases, preferem aceitá-los. Tal atitude faz com que eles se tornem mais simpáticos, junto dos seus alunos. É uma estratégia.
Discordo da senhora Thaís Nicoleti de Camargo, consul-tora de língua portuguesa da “Folha de S.Paulo”. Ela sustentou, na edição do dia 31 de outubro de 2002 desse jornal:
“O que se considera ‘erro’, entretanto, depende do padrão tomado como referência e está longe de ser uma questão objetiva”.
A senhora Thaís reprova quem corrige as expressões “nós vai lá” e “os menino”. Reprova e ainda sentencia:
“Esse comportamento (o de corrigir estas expressões) não revela mais que o desejo de afirmar uma suposta superioridade sobre os demais num mundo de desigualdades... não falta quem se dê o direito de discriminar aqueles que ‘erram’”...
Vamos ser objetivos. Um erro de português numa frase é erro mesmo. Corrigi-lo não é “discriminar” quem errou. O professor Pasquale Cipro Neto, colaborador da “Folha”, vive corrigindo na sua seção as frases com erros de português dos textos dos seus leitores. Eu pergunto: ele os discrimina? Sérgio Rodrigues, na seção “Língua Viva” do “Jornal do Brasil”, publicada nas edições de domingo, também adota esse método. Volto a perguntar: ele está “discriminando” os seus leitores? Os dois desejam “afirmar uma suposta superioridade sobre os demais num mundo de desigualdades”? Não, senhora Thaís Nicoleti de Camargo, tanto o Pasquale como o Sérgio Rodrigues apenas pretendem, com singeleza e modéstia, ajudar o povo brasileiro a falar de maneira correta. Eles não aplaudem as pessoas que se expressam assim:
-Nóis vai lá nas casa dus homi pra elis integrá us livru, as roupa i us papel.
-As moça i ais sinhora fórum gastá us dinheiru dela nas loja.
Estas duas frases não são variantes lingüísticas. Construções desse tipo mostram apenas a ignorância, a falta de cultura.
-Nóis semo prostituta.
Ex-professor de português do Colégio Dante Alighieri, o político nascido em Mato Grosso protestou:
-“Nóis semo prostituta”, não, o correto é “nós somos prostitutas”.
Arregalando os olhos, muito espantadas, as quatro mulheres quiseram saber:
-Puxa, intão o sinhor também é?
Vermelho, indignado, Jânio não se conteve:
-Retirem-se imediatamente!
O episódio é anedota, mas aqui ficou bem claro que Jânio Quadros corrigiu a frase errada das quatro mulheres. Se esta frase fosse uma variante lingüística, ele não as corrigiria. Sim, porque variante lingüística é uma coisa e erro de português é outra.
Alguns professores querem ser “modernos”, “avançados”, e embora consigam ver os clamorosos solecismos de certas frases, preferem aceitá-los. Tal atitude faz com que eles se tornem mais simpáticos, junto dos seus alunos. É uma estratégia.
Discordo da senhora Thaís Nicoleti de Camargo, consul-tora de língua portuguesa da “Folha de S.Paulo”. Ela sustentou, na edição do dia 31 de outubro de 2002 desse jornal:
“O que se considera ‘erro’, entretanto, depende do padrão tomado como referência e está longe de ser uma questão objetiva”.
A senhora Thaís reprova quem corrige as expressões “nós vai lá” e “os menino”. Reprova e ainda sentencia:
“Esse comportamento (o de corrigir estas expressões) não revela mais que o desejo de afirmar uma suposta superioridade sobre os demais num mundo de desigualdades... não falta quem se dê o direito de discriminar aqueles que ‘erram’”...
Vamos ser objetivos. Um erro de português numa frase é erro mesmo. Corrigi-lo não é “discriminar” quem errou. O professor Pasquale Cipro Neto, colaborador da “Folha”, vive corrigindo na sua seção as frases com erros de português dos textos dos seus leitores. Eu pergunto: ele os discrimina? Sérgio Rodrigues, na seção “Língua Viva” do “Jornal do Brasil”, publicada nas edições de domingo, também adota esse método. Volto a perguntar: ele está “discriminando” os seus leitores? Os dois desejam “afirmar uma suposta superioridade sobre os demais num mundo de desigualdades”? Não, senhora Thaís Nicoleti de Camargo, tanto o Pasquale como o Sérgio Rodrigues apenas pretendem, com singeleza e modéstia, ajudar o povo brasileiro a falar de maneira correta. Eles não aplaudem as pessoas que se expressam assim:
-Nóis vai lá nas casa dus homi pra elis integrá us livru, as roupa i us papel.
-As moça i ais sinhora fórum gastá us dinheiru dela nas loja.
Estas duas frases não são variantes lingüísticas. Construções desse tipo mostram apenas a ignorância, a falta de cultura.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Provocações - Dia 31/07/2008
Programa número 376
Fernando Jorge provoca polêmica e admiração. Olhem só o que um jornalista escreveu sobre nosso convidado: “sua língua ferina faz alvoroçar os inimigos. Não deixa o tempo esfarelar as páginas amarelas de sua consciência. Sua linguagem virulenta e ácida, temperada com fina ironia e humor sarcástico de boca maldita, continua a provocar tremor nas bases de quem topar pelo seu caminho”.Nosso convidado arrasa a Academia Brasileira de Letras, respondendo à pergunta: "Como deveria ser a Academia num país que não lê?"Fernando Jorge escreveu dezenas de livros, entre eles "Cale a Boca, jornalista!", contundente e minucioso relato sobre as perseguições sofridas por jornalistas brasileiros desde o império até o período da ditadura militar.Fernando Jorge é um contador de histórias.Relata como conheceu os planos de Jânio Quadros para as Güianas. Confira!E preparem-se para seguinte afirmação: "Se não fosse o Brasil, Barack Obama não teria nascido." Imperdível!!
Convidados:Fernando Jorge jornalista
Por Antônio Abujamra
terça-feira, 22 de julho de 2008
Se não fosse o Brasil, jamais Barack Obama teria nascido
Na noite do dia 25 de setembro de 1956, estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a peça Orfeu da Conceição, do poeta brasileiro Vinícius de Morais (1913-1980). Esta peça é uma adaptação do mito grego do lendário cantor Orfeu, cuja lira, dotada de sons melodiosos, amansava as feras que vinham deitar-se-lhe aos pés. Filho da musa Calíope, ele resgatou a sua esposa Eurídice do Inferno, após ela ter sido picada por serpente. A história de Vinícius decorre numa favela carioca, durante os três dias de carnaval.
Em 1959, o diretor francês MarceI Camus transpôs a peça para o cinema. Daí surgiu o filme Orfeu Negro, com músicas de Luiz Bonfá e Tom Jobim, a negra atriz americana Marpessa Dawn, os negros brasileiros Breno Mello, Lourdes de Oliveira e Adhemar da Silva. Cheio de belas imagens, como a do romper do sol na favela, a do aparecimento da Morte numa central elétrica, e ainda com o som dos sambas empolgantes, a película baseada na obra do letrista de "Garota de Ipanema", além de alcançar grande sucesso comercial, ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em Hollywood.
Pois bem, nesse ano de 1959, uma jovem americana de dezesseis anos, extremamente branca, sem um pingo de sangue negro, chamada Stanley Ann Dunham, nascida no Kansas, resolveu assistir em Chicago ao primeiro filme estrangeiro de sua existência. Foi ver o Orfeu Negro, só com atores negros, paisagens brasileiras, música brasileira, história brasileira. Ela saiu do cinema em estado de êxtase, maravilhada. Adorou aqueles negros encantadores de um país tropical e logo admitiu:
"Nunca vi coisa mais linda, em toda a minha vida."
Depois de tal arrebatamento, a jovem Stanley embarcou para o Havaí. E ali, aos dezoito anos, ela se tornou colega, numa aula de russo, de um jovem negro de vinte e três anos, Barack Hussein Obama, nascido no Quênia. A moça branca do Kansas, influenciada pelo filme Orfeu Negro, entregou-se a ele e dessa união inter-racial, nasceu em 4 de agosto de 1961 um menino, a quem ela deu o mesmo nome do pai e que é agora, aos quarenta e seis anos, o primeiro candidato negro à presidência dos Estados Unidos.
Eis um detalhe perturbador: comparando duas fotografias, descobri enorme semelhança física entre o brasileiro Breno Mello, o Orfeu do filme Orfeu Negro, e o queniano Barack Hussein Obama, pai do filho da americana Stanley Ann Dunham.
No começo da década de 1980, ao visitar o seu filho em Nova York, a senhora Stanley o convidou para ver o filme Orfeu Negro. Segundo o depoimento do próprio Barack, no meio do filme ele se sentiu entediado, quis ir embora. Disposto a fazer isto, desistiu do seu propósito, no momento em que olhou o rosto da mãe, iluminado pela tela. A fisionomia da senhora Stanley mostrava deslumbramento. Então o filho pôde entender, como se deduz da sua autobiografia, porque ela, tão branca, tão anglo-saxônica, uniu-se ao seu pai, tão negro, tão africano...
Não há dúvida, a sexualidade às vezes percorre caminhos misteriosos, que alteram de modo decisivo os rumos da história universal.
Se não fosse o fascínio da branca mãe de Barack Obama pelo filme Orfeu Negro, ela não se entregaria ao rapaz queniano, um preto retinto.
A rigor, sem o Brasil, sem a história do poeta brasileiro Vinícius de Morais, o filme Orfeu Negro não existiria. Portanto, se não fosse o Brasil, jamais Barack Obama teria nascido.
Apresenta uma lógica perfeita, a nossa conclusão. E avanço mais: se ele for eleito, o meu país, a pátria de Lula, será a causa da mudança da historia dos Estados Unidos. Aliás, o Brasil já mudou essa história...
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Escritor e jornalista, Fernando Jorge é autor do livro “Vida, obra e época de Paulo Setúbal, um homem de alma ardente”, cuja 2ª edição foi lançada pela Geração Editorial.
Em 1959, o diretor francês MarceI Camus transpôs a peça para o cinema. Daí surgiu o filme Orfeu Negro, com músicas de Luiz Bonfá e Tom Jobim, a negra atriz americana Marpessa Dawn, os negros brasileiros Breno Mello, Lourdes de Oliveira e Adhemar da Silva. Cheio de belas imagens, como a do romper do sol na favela, a do aparecimento da Morte numa central elétrica, e ainda com o som dos sambas empolgantes, a película baseada na obra do letrista de "Garota de Ipanema", além de alcançar grande sucesso comercial, ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em Hollywood.
Pois bem, nesse ano de 1959, uma jovem americana de dezesseis anos, extremamente branca, sem um pingo de sangue negro, chamada Stanley Ann Dunham, nascida no Kansas, resolveu assistir em Chicago ao primeiro filme estrangeiro de sua existência. Foi ver o Orfeu Negro, só com atores negros, paisagens brasileiras, música brasileira, história brasileira. Ela saiu do cinema em estado de êxtase, maravilhada. Adorou aqueles negros encantadores de um país tropical e logo admitiu:
"Nunca vi coisa mais linda, em toda a minha vida."
Depois de tal arrebatamento, a jovem Stanley embarcou para o Havaí. E ali, aos dezoito anos, ela se tornou colega, numa aula de russo, de um jovem negro de vinte e três anos, Barack Hussein Obama, nascido no Quênia. A moça branca do Kansas, influenciada pelo filme Orfeu Negro, entregou-se a ele e dessa união inter-racial, nasceu em 4 de agosto de 1961 um menino, a quem ela deu o mesmo nome do pai e que é agora, aos quarenta e seis anos, o primeiro candidato negro à presidência dos Estados Unidos.
Eis um detalhe perturbador: comparando duas fotografias, descobri enorme semelhança física entre o brasileiro Breno Mello, o Orfeu do filme Orfeu Negro, e o queniano Barack Hussein Obama, pai do filho da americana Stanley Ann Dunham.
No começo da década de 1980, ao visitar o seu filho em Nova York, a senhora Stanley o convidou para ver o filme Orfeu Negro. Segundo o depoimento do próprio Barack, no meio do filme ele se sentiu entediado, quis ir embora. Disposto a fazer isto, desistiu do seu propósito, no momento em que olhou o rosto da mãe, iluminado pela tela. A fisionomia da senhora Stanley mostrava deslumbramento. Então o filho pôde entender, como se deduz da sua autobiografia, porque ela, tão branca, tão anglo-saxônica, uniu-se ao seu pai, tão negro, tão africano...
Não há dúvida, a sexualidade às vezes percorre caminhos misteriosos, que alteram de modo decisivo os rumos da história universal.
Se não fosse o fascínio da branca mãe de Barack Obama pelo filme Orfeu Negro, ela não se entregaria ao rapaz queniano, um preto retinto.
A rigor, sem o Brasil, sem a história do poeta brasileiro Vinícius de Morais, o filme Orfeu Negro não existiria. Portanto, se não fosse o Brasil, jamais Barack Obama teria nascido.
Apresenta uma lógica perfeita, a nossa conclusão. E avanço mais: se ele for eleito, o meu país, a pátria de Lula, será a causa da mudança da historia dos Estados Unidos. Aliás, o Brasil já mudou essa história...
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Escritor e jornalista, Fernando Jorge é autor do livro “Vida, obra e época de Paulo Setúbal, um homem de alma ardente”, cuja 2ª edição foi lançada pela Geração Editorial.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
PAULO COELHO DISSE QUE É CAPAZ DE FAZER CHOVER E VENTAR!
Sou um escritor e jornalista que detesta a mentira, a calúnia, a hipocrisia, a traição. Não faço ataques de natureza pessoal, nunca difamei os meus semelhantes. Quando critico, sempre me escoro em fatos, em provas. Tudo o que digo, posso provar documentadamente. Agi assim no meu livro “Vida e obra do plagiário Paulo Francis”, já na segunda edição e lançado pela Geração Editorial, onde mostro que o Francis era ignorante, gatuno literário, racista (odiava os nordestinos, os negros, os judeus, os árabes, os portugueses, os japoneses), péssimo jornalista (não sabia escrever de modo simples e correto), e mau-caráter, pois tinha o hábito de achincalhar as pessoas, cobrindo-as de insultos pesadíssimos.
A jornalista Irene Solano Vianna, ex-editora da “Folha de S. Paulo”, apoiou-me nessa crítica, mas o Alberto Dines afirmou, num depoimento concedido ao “Correio Popular” de Campinas, que o meu livro sobre o Paulo Francis, e um processo da Petrobrás contra ele, na Justiça norte-americana, causaram a sua morte. Se isto é verdade, eu mereço aparecer no “Guinnes”, o livro dos recordes, porque me tornei, na história do mundo, o pai do “primeiro livro assassino”. Im-pressionante! Sou o pai de um “livro homicida”, de um livro que matou o Francis. Gostaria de saber: o meu livro deve ser condenado à morte ou à prisão perpétua? Além disso devo salientar: se o meu livro matou o Paulo Francis, o Alberto Dines é meu cumplice, porque me inspirei nos seus textos publicados na “Folha de S. Paulo”, na época em que ele, aos domingos, criticava sem piedade as matérias de outros jornalistas. Dines não os poupava. Segui o seu método. A rigor, por conseguinte, o jornalista Alberto Dines me ajudou a escrever esta minha obra sobre o Paulo Francis...
Há pouco tempo declarei, num programa de televisão, que o Paulo Coelho é um loroteiro, pois ele garantiu ser capaz de fazer chover e ventar. Após dizer isto,acrescentei:
- O Lula deve logo mandar contratá-lo! Está solucionado o problema da seca no Nordeste! Basta levar o autor de “O alquimista” até lá e pronto, milhares de trombas d’água vão cair no solo esturricado das caatingas!
Paulo Coelho me desmentiu. Na sua opinião, eu agi como um mentiroso, um caluniador. Ele sustentou:
- Nunca disse que sou capaz de fazer chover e ventar!
Perdeu a memória, Paulo Coelho? Esqueceu-se do depoimento que você deu à “Playboy”, publicado na edição de outubro de 1992 dessa revista? Consulte o número 207 da “Playboy” e leia esta sua afirmativa, na página 30:
“Sei abrir buraco em nuvem, fazer chover...”
Na mencionada página 30, há a seguinte pergunta da revista à sua pessoa:
“- Em ‘O Diário de um Mago’ você conseguiu fazer o vento soprar. Cá para nós, isso é verdade mesmo?”
Leia a sua resposta, Paulo Coelho:
“- Quanto ao vento, é verdade, sim. E não é tão difícil.”
Então, Paulo Coelho, quem é o mentiroso? Sou eu ou você? Por amor de Deus, não me desminta! Tome muito cuidado, querer contestar-me é mau negócio. Repito, quando critico, sempre me escoro em fatos, em provas.
A jornalista Irene Solano Vianna, ex-editora da “Folha de S. Paulo”, apoiou-me nessa crítica, mas o Alberto Dines afirmou, num depoimento concedido ao “Correio Popular” de Campinas, que o meu livro sobre o Paulo Francis, e um processo da Petrobrás contra ele, na Justiça norte-americana, causaram a sua morte. Se isto é verdade, eu mereço aparecer no “Guinnes”, o livro dos recordes, porque me tornei, na história do mundo, o pai do “primeiro livro assassino”. Im-pressionante! Sou o pai de um “livro homicida”, de um livro que matou o Francis. Gostaria de saber: o meu livro deve ser condenado à morte ou à prisão perpétua? Além disso devo salientar: se o meu livro matou o Paulo Francis, o Alberto Dines é meu cumplice, porque me inspirei nos seus textos publicados na “Folha de S. Paulo”, na época em que ele, aos domingos, criticava sem piedade as matérias de outros jornalistas. Dines não os poupava. Segui o seu método. A rigor, por conseguinte, o jornalista Alberto Dines me ajudou a escrever esta minha obra sobre o Paulo Francis...
Há pouco tempo declarei, num programa de televisão, que o Paulo Coelho é um loroteiro, pois ele garantiu ser capaz de fazer chover e ventar. Após dizer isto,acrescentei:
- O Lula deve logo mandar contratá-lo! Está solucionado o problema da seca no Nordeste! Basta levar o autor de “O alquimista” até lá e pronto, milhares de trombas d’água vão cair no solo esturricado das caatingas!
Paulo Coelho me desmentiu. Na sua opinião, eu agi como um mentiroso, um caluniador. Ele sustentou:
- Nunca disse que sou capaz de fazer chover e ventar!
Perdeu a memória, Paulo Coelho? Esqueceu-se do depoimento que você deu à “Playboy”, publicado na edição de outubro de 1992 dessa revista? Consulte o número 207 da “Playboy” e leia esta sua afirmativa, na página 30:
“Sei abrir buraco em nuvem, fazer chover...”
Na mencionada página 30, há a seguinte pergunta da revista à sua pessoa:
“- Em ‘O Diário de um Mago’ você conseguiu fazer o vento soprar. Cá para nós, isso é verdade mesmo?”
Leia a sua resposta, Paulo Coelho:
“- Quanto ao vento, é verdade, sim. E não é tão difícil.”
Então, Paulo Coelho, quem é o mentiroso? Sou eu ou você? Por amor de Deus, não me desminta! Tome muito cuidado, querer contestar-me é mau negócio. Repito, quando critico, sempre me escoro em fatos, em provas.
Escritor e jornalista, Fernando Jorge é autor de “O Grande Líder”,
romance satírico contra os nossos políticos corruptos, cuja 5ª edição foi lançada pela Geração Editorial.
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