quinta-feira, 27 de abril de 2017

A Academia cagona que envergonhou o Brasil

A Academia Brasileira de Letras, neste ano de 2017, comemora os 120 anos do seu nascimento e logo sairá a oitava edição do meu livro contra ela. Sim, contra ela, eu o escrevi devido as ânsias de vômito que se apoderavam de mim, quando olhava o pavor, as curvaturas vertebrais, a vil passividade, as diarreias ininterruptas daquele grêmio agachado diante da Censura estúpida e dos bárbaros atos de arbítrio cometidos pelos gorilas do Golpe de 1964.
Informou Ancelmo Gois na edição de 4-3-2017 de O Globo: o holandês Nier Vermeulen cultiva o hábito de colecionar sacos de vômito – como os dos aviões – e já possui 6.016 sacos desse tipo. Ora, se eu pudesse contar quantas vezes senti a vontade de vomitar nos referidos sacos, ao ver as caganeiras da ABL em frente dos milicos, creio que ultrapassaria o número da coleção do singular holandês...
Senti irreprimível nojo da Academia, na época do regime militar, pois ela nunca protestou contra as apreensões dos seguintes livros: Feliz ano novo, de Rubem Fonseca; Abajur Lilás, de Plínio Marcos; Estruturalismo, de Claude Lévi-Strauss; A Universidade necessária, de Darcy Ribeiro; Maria da ponte, de Guilherme Figueiredo; O mundo do Socialismo, de Caio Prado Júnior; Rasga coração, de Oduvaldo Viana Filho; História militar do Brasil, de Nelson Werneck Sodré; Zero, de Ignácio de Loyola Brandão, etc, etc.
Assustada, a Academia Cagona de Letras se emerdava toda, diante desses atentados fascistas à liberdade de pensamento. Tremia como a terra tremeu em Lisboa, no ano de 1531, e em São Francisco da Califórnia, no ano de 1906.
Cagona total, não emitiu sequer um pio fraquinho de coruja velha, após estes jornalistas serem mortos sob tortura: Luiz Eduardo da Rocha Merlino, em 1971; Carlos Nicolau Danielli, em 1972; David Capistrano da Costa, em 1974; Vladimir Herzog, em 1975. Evoquei-os no meu livro Cale a boca, jornalista!, cuja sexta edição é da editora Novo Século.
A furibunda Censura dos trogloditas fardados, a espumejar como cadela raivosa, proibia dezenas de livros, filmes, peças de teatro, composições de música, notícias de jornais. Sentada no seu lindo cagatório, a ABL ia parindo intermináveis e fedorentas diarreias.
Como procedeu a madame caguenta, quando uma bomba rebentou na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no dia 19 de agosto de 1976? Dirigia esse órgão o jornalista Barbosa Lima Sobrinho. A diarreica ABL não fez nenhum protesto, achou melhor ficar toda cubierta de pura mierda, a soltar con frequencia y sin reparo gases intestinales.
Ainda em 1976, nos dias 4 e 22 de setembro, fanáticos da Aliança Anticomunista Brasileira, explodiram duas bombas, respectivamente no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), e na residência do empresário Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo. Reação da Academia: senil, babando, tremebunda, arriou a calça rendada, coberta de grossas crostas de merda, posou as nádegas murchas no seu lindo cagatório e expeliu majestosos cagalhões que dançaram na latrina, agitaram-se em redemoinho, depois de ruidosa descarga.
Ministro da Injustiça, o Armando Falcão, de sobrenome adequado, porque o falcão é ave de rapina, vetou no mesmo ano de 1976 a apresentação em nosso país do balé russo Bolshoi e da peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, sob o argumento cretino de que nessa peça havia “amores proibidos, uma relação ilícita entre dois jovens, um assassinato, um suicídio e um pacto de morte.” Entretanto a imbecilidade do ministro sinistro não parou aí. Frenético, hidrófobo, no frenesi de se mostrar como “zeloso protetor da moral das famílias”, ele proibiu também a apresentação, na TV, do Fausto, de Goethe; do Édipo rei, de Sófocles; da Lisistrata, de Aristófanes, peças clássicas, obras primas da literatura universal.
A ABL protestou? Não, apenas tremeu, tremeu, tremeu e encheu, encheu, encheu o seu lindo cagatório com soberbos, maravilhosos, fedegosos cagalhões.
Ligado aos militares da Linha Dura, o Flávio Suplicy de Lacerda, reitor da Universidade Federal do Paraná, mandou arrancar, na biblioteca desta, as páginas por ele consideradas obscenas dos romances de Émile Zola e Eça de Queiroz. Além disso proibiu, na Universidade, a leitura dos livros de Jorge Amado, Graciliano Ramos e Jean-Paul Sartre.
Trêmula, pálida, babosa, horrorosa, exaurida pelas infindáveis cagadas, a Academia dava a impressão de implorar:
-Por favor, agentes da Ditadura, escarrem na minha cara de sem-vergonha, apliquem nela um esplêndido, altissonante, retumbante bofetão!
Alguém poderá dizer: Fernando Jorge, que autoridade moral você tem para criticar o mutismo, a covardia, a alienação da ABL, na época do Golpe de 1964? Tranquilo, respondo: tenho indiscutível autoridade moral, porque naquela época fui processado quatro vezes, como “escritor e jornalista subversivos”, pelo fato de sempre condenar a Censura, os atos de arbítrio, as torturas, os assassinatos de pessoas inocentes. Portanto afirmo, repleto de orgulho: fui o oposto da cagona Academia Brasileira de Letras. Devido ao meu inconformismo, membros da Comissão Nacional da Verdade, com a presença da consultora Maria Luci Buff Migliori (Brasília, fone 61-3313-7317), colheram as minhas declarações durante cinco horas. E os leitores de O Trem me perdoem a falta de modéstia, mas vou aqui transcrever as palavras de Ângelo Henrique Ricchetti, publicadas na seção “Cartas” da revista IMPRENSA, número 169, de março de 2002:
“Eu trabalhava na Assembleia Legislativa (de São Paulo) e lá fui companheiro e amigo de Fernando Jorge. Ele era um amigo que muito me preocupava, pois estava na lista negra dos militares como um jornalista subversivo, mas não, Fernando não era um jornalista subversivo. Era muito mais. Usava duas armas para combatê-los: a inteligência e a segunda, a sua caneta, ora escrevendo livros e ora escrevendo peças de teatro, diga-se de passagem sempre proibidas.”
Ricchetti observa: o catedrático Fernando Henrique Cardoso, ao ver no Brasil “a coisa ficar preta, enfiou o rabo entre as pernas e se mandou para o Chile, lá passando pouco tempo.” Logo FHC reparou, acrescenta o autor da carta, que os contrários a Pinochet eram “simplesmente fuzilados” e decidiu ir para a França, “com o rabo mais enfiado entre as pernas.” Assim Ângelo Henrique Ricchetti conclui a carta:
“Pois bem, o outro Fernando, aquele que me sinto honrado de em tê-lo como amigo, aqui estava, usando duas armas para enfrentar a turma de militares e policiais. Um dia Fernando Jorge foi intimado e compareceu: durante horas foi interrogado por um coronel. Não sei qual seria o comportamento do seu xará (FHC), aquele que naqueles dias estava na França. Já pensaram nisto?”
Agora eu, Fernando Jorge, pergunto: tenho ou não tenho autoridade moral para esculhambar a Academia Brasileira de Letras e chamá-la de cagona?
Encerro o texto reproduzindo esta expressão da página 51 do Diccionario de expresiones malsonantes del español, de Jaime Martin Martin, publicado no ano de 1974: me cago en la mierda. Adivinhe então, amigo leitor, em qual mierda eu gostaria deixar cair os bonitos excrementos da minha barriga...

Alguém talvez objete que sou muito agressivo, violento. Entretanto, em certas circunstâncias, a violência se torna necessária. Exemplo eloquente: até Jesus, símbolo perfeito do perdão e da bondade, agiu com violência. Conforme está na Bíblia, ao entrar no templo de Deus, invadido pelos mercadores, o Nazareno expulsou-os usando um chicote. E jogou o dinheiro deles no chão, e derrubou os seus bancos. Palavras do Salvador, no decorrer dessa violência: “Não façais, da casa do meu pai, covil de ladrões.” Inspirado em Jesus, eu digo: “Não façais, ò ABL, da vossa sede no Rio de Janeiro, covil de cagões.”

Publicado no Jornal O TREM Itabirado

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Mon fils a tué Paulo Francis

C´est exact, mon fils a tué Paulo Francis. Comment s´appelle-t-il? Son nom est Vida e obra do plagiario Paulo Francis, ouvrage dont je suis l´auteur, éditorial lancé en 1996. Parution de la nouvelle troisième édition, revue et enrichie.
C´est alors en 1980, lorsque Francis résidait à New York en tant que correspondant de la Folha de S.Paulo, que j´ai animé le projet d´écrire un livre afin de le détruire culturellement et professionnellement. J´ai réussi!
Cláudio Abramo, un ami intime, connaissait ce projet. Il m´en était très reconnaissant, car,après s´être disputé en 1963 avec la famille Mesquitas do O Estado de São Paulo, dans lequel il exerçait les fonctions de secrétaire de rédaction, il resta sans argent et je pus l´aider, en lui trouvant, chez un grand éditeur, la fructueuse tâche de traduire des dizaines de livres, à partir de l´Anglais. Deux ans après, en 1965, Cláudio intégra la Folha de S.Paulo, où il deviendra le responsable d´une complète et rénovatrice réforme graphique. Toujours reconnu, généreux, il parvint à ce que Folha publie une chronique sur mes critiques concernant l´historien Augusto de Lima Júnior qui a affirmé: ce défavorisé est une légende, une plaisanterie, il n´a jamais existé (article de l´édition du 31-10-1966). Chroniqueur du génial sculpteur Mineiro (état du Minas Gerais), je détruisis toute l´absurdité de Júnior. D´ailleurs, et grâce à Cláudio Abramo, je lui suis reconnaissant pour la divulgation dudit journal, de quatre nouvelles contenant de belles photos, concernant mon roman satirique. O grande lider (éditions du 21-12-1969, du 1-2-1970, du 5-4-1 970 et du 20-9-1970).
C´est par une forte chaleur d´une nuit d´été que je rendis visite à Cláudio à la rédaction de la Folha de S.Paulo et qu´il m´invita dans un bar de la maison mère du journal, pour y savourer une glace. Au bar, il me dit:
- Fernando, est-ce que tu vois ce gars?
Il me pointa du doigt un individu grassouillet, gros. Je répondis que oui. Cláudio me précisa:
- Ce gars-là, c´est le rédacteur de la Folha il adore Paulo Francis, il en est fanatique, et il a su que tu allais écrire un livre contre son idole.
L´individu nous vit, et s´approcha. Je remarquai qu´il était quelque peu éméché.
Il grogna devant moi: - Tu es Fernando Jorge?
Je confirme. Lui, identique à un porc, couinant comme un parfait cochon: - Je te hais, je veux te tuer, t´étrangler, car tu prétends attaquer mon adorable Paulo Francis!
La bête ressemblait réellement à un porc et, au-delà de sa tête de porc, il avait mauvaise haleine. Un peu sonné, il ajouta, sous le regard amusé de Cláudio Abramo:
- Sache une chose, jamais un rédacteur de la Folha commentera ton livre contre Paulo Francis! Jamais! Never, never, dit-il en anglais!
J´empêcherai cela!
Tranquillement, tout en riant, Cláudio Abramo le repoussa, me protégeant de l´agressivité du porc alcoolisé qui, en reculant, ne put se contenir:
- Paulo Francis représente tout, everything, et toi, Fernando Jorge, tu n´es rien, nothing!
Si ce quadrupède est encore rédacteur à la Folha de S.Paulo je me demande comment il doit se sentir en lisant, sur la couverture de la troisième édition de vida e obra do plagiário Paulo Francis, les mots de Irene Solono Vianna, ex-éditrice de la Folha, au sujet du livre, point de vue du 22 mars 1997:
‘‘Les exemples soulevés par Fernando Jorge sont incontestables, bien documentés: Monsieur Paulo Francis écrivait mal, copiait, surtout les citations et les idées, commettait de graves erreurs sur les ostentations de sa pseudo-culture… Il n´avait aucun engagement sur l´exactitude des faits ou du respect de l´honneur et de la dignité des autres’’.
Également dans la Folha de S.Paulo, Luís Eblak souligne, dans un article paru dans l´édition du 22 mai 2010 de ce journal : mon travail ‘‘est la grande critique publiée en livre durant la vie de Francis’’. En parcourant le texte de Eblak, je posai une question. Où en est la promesse de ton collègue, que jamais un rédacteur de la Folha commenterait le livre? Et alors?
Tout de suite après le lancement de la première édition de Vida e obra do plagiário Paulo Francis, José Maria Homem de Montes, directeur de O Estado de S.Paulo m´informa d´une réunion réalisée au journal, car dans le livre, je prouvai la chose suivante: Francis, collaborateur de Estadão (lui étant consacré une page entière), était raciste comme Hitler, tricheur, calomniateur, incompétent, auteur de textes remplis de bêtises, d´incohérences, de fautes grossières de Portugais. L´un des directeurs du quotidien proposa en réunion:
- Je suggère d´octroyer une demi-page de notre journal pour que Fernando Jorge présente ses accusations, mais aussi une demi page à Paulo Francis, pour qu´il puisse se défendre.
Mais un autre directeur s´opposa:
- Désolé, je ne suis pas d´accord. Nous commettrions une erreur. J´ai examiné le livre de Fernando. La richesse du volume est diabolique, écrasante, indestructible. Francis perdrait. De plus, l´accusateur, en gagnant, irait vendre encore plus de livres.
Mon ami, José Maria Homem de Montes, l´un des directeurs de O Estado de S.Paulo, me décrivit cette réunion.
Suite au décès de Paulo Francis, la journaliste Sônia Nolasco, son épouse, téléphona à Luis Fernando Emediato depuis New York, éditeur du livre, et déclara :
- Tu as vu ce que tu as fait, Emediato? Tu as tout fait pour que Fernando Jorge tue mon mari!
Selon les faits, Francis eut un infarctus au même moment où il lisait mon livre contre lui, alors qu´il était bien installé, dans ses toilettes de New York.
‘‘Philosophe’’ entre guillemets, Olavio de Carvalho a déféqué des coliques mentales, un puant livre intestinal, intitulé O imbecil coletivo. Dans celui-ci, il y a onze pages d´attaques sur a vida e obra do plagiário Paulo Francis. Il m´appelait de ‘‘galo de bigodes’’. Mieux vaut cependant être un ‘‘galo de bigodes’’ qu´un penseur rachitique, un poussin aux petites pâtes fragiles comme l´est, sans aucun doute, l´auteur de ce petit livre. Si un jour une idée habitait réellement sa petite tête, le sous-philosophe Olavinho petit poussin de Carvalinho pourrait mourir de congestion cérébrale.
lberto Dines, l´un des fondateurs de ‘‘Labjor à l´Unicamp’’ du laboratoire des Études Avancées sur le journalisme, garantit en 1997, lors d´une entrevue concédée au Correio popular de Campinas: mon œuvre provoqua la mort de Paulo Francis. Mince, si je suis le père d´un meurtrier, je souhaite savoir alors si mon fils doit être fusillé, pendu, ou condamné à prison à perpétuité. Lui, en attendant, garde la conscience tranquille, car il liquida Adolf Hitler de la presse brésilienne.