segunda-feira, 21 de abril de 2014

Marta dirige o Ministério da Cultura Diabólica?


Sempre fui inimigo de todos os tipos de censura, de restrição à liberdade de pensamento. O Estado de S. Paulo publicou há pouco tempo a minha entrevista concedida ao repórter Moacir Assunção, por estar esse jornal proibido de divulgar qualquer fato referente à Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, efetuada em torno dos negócios do empresário Fernando Sarney, filho de José Sarney. Título da entrevista:

“Censura é medida fascista, diz escritor”.

Por ser inimigo de todos os tipos de censura, admiro muito os jornalistas de talento que se mostram corajosos, independentes, como o Mino Carta, o Hélio Fernandes, o Sebastião Nery, o Marcos Caldeira Mendonça. Isto não significa, porém, deixar de condenar o erro, a injustiça, a safadeza. Há crítica e há censura. Eu critico, não censuro.

Quando pela sétima vez o Amaury Jr. me entrevistou no seu programa de televisão, chamei de canalha o Dan Brown, pois no livro O Código Da Vinci ele descreveu Jesus Cristo como um revolucionário judeu que engravidou Maria Madalena e esta, depois, fugiu para o sul da França. Sinval de Itacarambi Leão, diretor da revista IMPRENSA, achava-se presente e depois me criticou:

-Fernando, você, como jornalista, não pode chamar ninguém de canalha.

Respondi, tranquilo:

-Sinval, eu, como jornalista, não chamei o Dan Brown de canalha. Eu o chamei de canalha como cristão.

Agora a ópera-rock Jesus Cristo Superstar, de Andrew Lloyd Weber e Tim Rice, volta a ser apresentada no Brasil, em nova montagem, com direção de Jorge Takla. Desde a época em que fui jurado de televisão, no programa do Flávio Cavalcanti, eu não paro de meter o pau nessa peça, autêntico achincalhe à figura de Jesus, onde nela este é amante de Maria Madalena, os apóstolos aparecem como bêbados, a Madalena a lhe fazer massagens eróticas, a cantar “para adormecer o seu macho”. Judas, nessa infâmia, interpretado por Alírio Netto, surge de maneira simpática, esculhambando o Salvador. Ele, Jesus, interpretado pelo ator Igor Rikli, é visto no palco de peito nu, de calça jeans arriada, quase a exibir o seu órgão genital. Quanta sordidez! Espetáculo nojento, tão asqueroso como contemplar numa sarjeta, a apodrecer sob os raios escaldantes do sol, um rato coberto de frenéticos vermes cor de pus.

A Folha de S. Paulo publicou um anúncio enorme, no qual o ator Igor Rikli ostenta o largo peito nu, o umbigo bem saliente, a calça jeans quase caindo, prestes a colocar a sua genitália em frente dos nossos olhos. Esse anúncio informa que o Ministério da Cultura está patrocinando a blasfêmia contra Jesus Cristo. Sim, pura verdade, a peça foi autorizada a captar R$ 5,7 milhões do ministério, pela Lei Rouanet (Folha de S. Paulo, 26-2-2014).

Com o apoio da Associação Sagrado Coração de Jesus, a Associação dos Devotos de Fátima pediu o fim do financiamento da peça difamatória. Texto da petição:

“Não é lícito ao Estado laico violentar barbaramente a fé de milhões de pessoas, promovendo, com o dinheiro dos contribuintes, o evento blasfemo...”

Palavras justas, corretíssimas. Respondendo, o Ministério da Cultura expeliu uma desculpa chocha, anêmica: a opera-rock Jesus Cristo Superstar se enquadra como “espetáculo teatral”. É, ministra Marta Suplicy? Enxovalhar Jesus pode ser espetáculo teatral para os canalhas, mas não para mim e para todos que o amam, que o respeitam, que veem nele a luz imorredoura das almas, “o caminho, a verdade e a vida”.

Indicado pela Arquidiocese de São Paulo para falar sobre a peça imunda, o padre Tarcísio Marques Mesquita, da paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, assim se manifestou:

“O musical faz uma atualização da imagem de Cristo, mas é uma ficção que deve ser lida como tal. Obras como esta, que trazem questionamento sobre a fé, nos ajudam a amadurecer”.

Esse padre defecou pela boca duas fedidas besteiras. A imagem de Jesus não precisa de atualização, de se modernizar. A face de Cristo é imutável. Sua mensagem é única, eterna, rompe as dimensões do tempo. Peças como essa opera-rock não trazem questionamento, trazem achincalhamento ao Mártir do Calvário, à nossa fé, ao nosso amor santo por aquele cujo reino não é o reino material deste mundo.

Padre Tarcísio Marques Mesquita, o senhor é padre de Deus ou é padre de Satanás? Se é padre do Coisa Ruim, submeta-se a uma operação cirúrgica para ter pés de bode, focinho de porco, rabo de macaco, dentes de piranha. Berre, após a operação, como um caprino, ronque como um suíno, guinche como um símio, devore como um peixe predador. Tire antes a sua negra batina, se a usa, e a substitua por uma vermelha capa com cheiro de enxofre.

              Ministra Marta, eu indago: a senhora dirige o Ministério da Cultura Diabólica? Se dirige, continue a dar apoio financeiro à peça Jesus Cristo Superstar, agressão a Cristo em forma de opera-rock, e não deixe também de financiar outra edição de O Código Da Vinci, do nauseabundo Dan Brown, e mais uma edição dos Versículos satânicos, do não menos repulsivo Salman Rushdie, livro onde ele inventou que o profeta Maomé escreveu, transmitidos pelo Beiçudo, numerosos versículos do Alcorão, e que as putas de um bordel eram suas esposas.

              Ah, mais um conselho, dona Marta Suplicy. Mande incendiar o seu ministério, a fim de satisfazer o Bruxo do Inferno. Ele, o Maldito, ao ver o fogo, as altas e vorazes labaredas, vai sentir-se feliz, gargalhar e admitir:

              -O ministério da Marta é digno deste fogo, destas chamas, porque patrocinou a minha querida opera-rock Jesus Cristo Superstar...