Quem
costuma soltar muitos erros de português é o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, que é também professor. Ele é como o Collor, não conhece a regência do
verbo assistir. Olhem estas frases de um dos seus discursos:
“Nós,
hoje, acabamos de assistir algumas apresentações...
Eu
assisti, das fundações Roberto Marinho e Norberto Odebrecht, esforços na mesma
direção... Hoje, nós assistirmos aqui esses chamamentos à sociedade..."
(Discurso pronunciado no Rio de Janeiro e reproduzido na edição do dia 18 de
março de 1995 do jornal O Estado de S. Paulo).
Vamos corrigir os três erros de
português do ex-presidente. Na primeira frase, “assistir algumas
apresentações'" não está certo, é “assistir a algumas
apresentações'. E o Fernandinho não pode "assistir esforços", ele
“assiste a esforços”. Também na última frase esse grande erro de português
continua a aparecer. Não é “nós assistirmos aqui esses chamamentos". Falta
um a: é “nós assistirmos aqui a esses chamamentos".
Mais adiante, em outra passagem da
arenga, o Fernando Henrique vomitou este erro:
”Se tivermos errados, nós
mudaremos...”
Senhor ex-presidente, aprenda agora
ou volte a ser aluno de uma escola de ensino fundamental: não é “se tivermos
errados”, é “se estivermos errados”. O senhor aprendeu ou quer que eu
repita a lição?
Trecho de outra arenga do professor
Fernando Henrique:
“...cidade, Estado e União são
capazes de atender aos reclames da população" (Discurso pronunciado no
metrô de Recife e reproduzido na edição do dia 25 de janeiro de 1997 do jornal O
Estado de S. Paulo).
Fernandinho, não é “reclames
da população”, é reclamos. Trate de memorizar as minhas palavras: reclames
são anúncios comerciais e reclamos são gritos, clamores, reclamações.
Entendeu?
Num
outro discurso proferido na capital de Pernambuco, o rei Fernando II salientou:
“... lá
no Rio Grande do Sul, na terra do nosso ministro dos Transportes, o problema da
escravidão pesava como uma nódoa...” (OESP, 25-1-1997).
Que
imagem absurda! Desde quando uma nódoa pesa como o chumbo, o aço, o ferro, um
soco do Mike Tyson?
A
verdade é a seguinte: os discursos do professor Fernando Henrique Cardoso
exibem disparates, gravíssimos erros de português e frases obscuras, mal
construídas. Dei apenas alguns exemplos. Ele é um verborrágico, e à semelhança
do José Sarney e do Fernando Collor de Mello, tem torturado metodicamente a língua
portuguesa. Esta, martirizada pelos três, não para de gritar:
-Socorro, socorro, me salvem! O
Sarney, o Collor e o Fernando Cardoso estão me matando, eu não aguento mais!
Acudam-me! Deus, Jesus Cristo, Maomé, Buda, padre Cícero, Nossa Senhora Aparecida,
me ajudem, sintam pena de mim!
Concluo este bate-papo citando a
seguinte frase que Shakespeare colocou no ato quarto da sua peça Henrique VI:
“A
ignorância é a maldição de Deus; o saber, a asa que nos ajuda a voar até o
céu”.
(“Igonorance
is the curse of God,
Knowlodge
the wing wherewith we
fly
to heaven”)