Fátima Sá, editora do Segundo Caderno de O Globo, por favor, corte as besteiras,
os disparates, os erros de português da Adriana Calcanhotto. Vejamos algumas
imbecilidades da Adriana. Leiam estas palavras da sua crônica. “A verdade dói”,
de 23 de março de 2014:
“O Brasil só faz... alianças pragmáticas em vez de
programáticas e loteamento de cargos”.
Absurdo, loteamento de cargos corresponde a venda de
cargos, a corrupção! Adriana, você estava alcoolizada ao dizer que o nosso país
deve lotear cargos?
Admirem outra resplandecente cretinice da Calcanhotto:
“...do hotel para fora estou em Portugal, do hotel para
dentro na Península Ibérica” (crônica “O cheiro das ruinas”, 8-4-2014).
Eu pergunto: o país de Gil Vicente saiu dessa península?
Agora se acha no Canal da Mancha?
Evocando o falecido ator José Wilker, a colunista o chama
de “sedutor irresistível, cachorro”, na crônica “Pirueta felomenal” (20-4-2014).
Wilker era buldogue, latia? Ela foi mordida por ele?
Um conselho da Adriana:
“Não classifique as coisas como boas ou más, chiques ou
cafonas, certas ou erradas. As coisas são o que são” (crônica “Leve um
agasalho”, 4-5-2014).
Genial! Então, segundo este raciocínio, o roubo é
aceitável, o assassinato é normal...
Mais um bom conselho da colunista de O Globo, na mesma crônica:
“Não peça um copo d’água a ninguém, levante-se e vá
buscar.”
Daí se deduz que um doente na cama, febril e sedento, sem
poder andar, deve morrer de sede, como o Tântalo da mitologia grega...
Comentário asnático da Adriana:
“...amam jogar bola jogando bola” (crônica “E começa a
partida”, 18-5-2014).
Sensacional! Graças à notável Calcanhotto podemos nos
expressar assim: gostam de beber bebendo, de falar falando, de comer comendo.
Fiquei deslumbrado ao ler isto num dos seus textos:
“Canção inventada de maneira inventada” (crônica “Mea
culpa”, 27-7-2014).
Puxa, eu não sabia que aula deve ser dada de maneira dada,
que espirro deve ser espirrado, que recibo deve ser recebido!
Arregalei os olhos, pois um cachorro vira-lata, segundo a
Calcanhotto, “mija os pneus do ônibus” (crônica “Crise de alegria”, 21-9-2014).
Meu Deus, como um cão consegue mijar pneus? Como? Por que ele também não mija
garrafas e canivetes?
E os erros de português da Adriana? Parecem não ter fim. Se
o doutor Roberto Marinho estivesse vivo, ele jamais permitiria que ela fosse
dona de uma coluna em O Globo. Aí
vão alguns dos seus atentados ao nosso idioma:
“...quando deixando-lhe...” (crônica “Fevereiro e o poeta”,
9-2-2014).
Correção: quando lhe. O quando, advérbio ou conjunção, atrai o pronome.
“...sentado em uma mesa...” (crônica “E começa a partida”,
18-5-2014).
Correção: sentado à mesa. O fulano não pôs a sua bunda em
cima da mesa. E há um cacófato: mama. A Calcanhotto aconselha o leitor a mamar?
“...chamou ela...” (crônica “Assinado: SOS”, 1-6-2014).
Correção: chamou-a.
“...tem visão do todo, inteligência, precisão, que engana o zagueiro...” (crônica “A
camisa 10”, 15-6-2014).
Correção: que enganam,
pois este verbo se refere a três coisas. Erro primário de concordância.
“...aparentemente injuntaveis...”
(crônica “Mea culpa”, 27-7-2014).
Correção: a palavra injuntavel
não existe, tanto no singular como no plural.
“...o que estranhou-se...” (crônica “De galho em galho”,
7-9-2014).
Correção: “o que se
estranhou”, pois o pronome relativo influi na colocação dos pronomes pessoais,
objetivos e terminativos.
Bem, e os cacófatos ou cacofonias da Calcanhotto? Ela não para
de expelir palavras que dão lugar a outras, de sentido diferente ou ridículo.
Citaremos apenas três cacófatos dessa gramaticida (assassina da gramática).
“E por rápido” ... (crônica “Pirueta felomenal”,
20-4-2014).
Cacófato: porrá. Esperma de quem? De porco? De homem? De
macaco?
“...uma máquina” ... (crônica “Expectativa”, 13-7-2014).
Cacófato: mamá. Adriana quer mamar, virou bebê? Ela agora
canta a marchinha de Jararaca e Vicente Paiva, do carnaval de 1937:
“Mamãe eu quero,
mamãe eu quero,
mamãe eu quero mamar...
Dá a chupeta,
dá a chupeta,
dá a chupeta
pro bebê não chorar”.
Terceiro cacófato: “...que ela tinha” ... (crônica “Ela e
os passarinhos”, 24-8-2014). Latinha. De cerveja ou de guaraná?
Confesso, quatro inconformados jornalistas de O Globo me incentivaram a descer o
cacete nos solecismos, nos desconchavos, na alta pirâmide de cacaborradas da apedeuta
Adriana Calcanhotto.
A memória de Roberto Marinho, zeloso defensor da lógica e
da linguagem correta, está sendo desrespeitada no jornal que ele tanto
engrandeceu, amou e dignificou.
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Escritor e jornalista,
Fernando Jorge é autor de Drummond e o
elefante Geraldão, que acaba de ser lançado pela Editora Novo Século e cuja
quarta edição já está quase esgotada.
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Este artigo
foi publicado numa rede composta de 40 jornais de São Paulo e de 60 de outros
estados.
A acusação
de Fernando Jorge também tem sido feita em programas de televisão.
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