domingo, 30 de outubro de 2011

LIRA NETO? NÃO, TIRA NETO

Declarei no programa “Quebrando a banca”, no Canal 9, TV Aberta, do qual sou produtor e participante, e também no mesmo programa transmitido para todo o país pela Rede Brasil de Televisão, que o senhor Lira Neto deve passar a se chamar Tira Neto, pois nas suas biografias capengas de José de Alencar e do Padre Cícero, ele só soube usar a cola e a tesoura, isto é, essas biografias apresentam mais de 80% de aspas.
O senhor Lira Neto vive atacando o meu livro Getúlio Vargas e o seu tempo. Pura inveja gorda desse perito na arte de entupir as suas desastradas biografias com aspas. Eu lhe dei, portanto, de maneira justa, os apelidos de Aspudo e de Tira Neto.
Qualquer página dos livros dele serve de exercício para a correção de textos. Tira Neto não para de cometer gravíssimos erros de português. Já anotei mais de duzentos nos seus aleijões biográficos. Eu o aconselho: senhor Tira Neto, em vez de ser biografocida (assassino de biografias) abra uma fábrica de cola e uma fábrica de tesouras. Assim poderá recortar e colar os textos alheios com mais facilidade...
A biografia de José de Alencar, parida por Tira Neto, intitulada O inimigo do rei, além de ser confusa, mal escrita, tediosa, está repleta de disparates. Vejam este na página 231:
“...Petrópolis, onde o clima da floresta tropical deveria ajudar a restituir-lhe a energia perdida.”
Absurdo! Ele assegurou: Petrópolis tem o clima de floresta tropical! Tira Neto, o senhor estava bêbado, quando vomitou esta cretinice? Então o clima ameno da Cidade Imperial, um dos melhores do Brasil, é o da floresta amazônica? Vá depressa aprender Climatologia, senhor Tira Neto, o ramo da Geografia Física que estuda os climas do nosso planeta e os fenômenos com eles relacionados.
Os erros de natureza histórica abundam no livro O inimigo do rei, a pior biografia de José de Alencar, quase cem por cento inferior às biografias do autor de Iracema, escritas por Raimundo de Menezes, Oswaldo Orico e Luís Viana Filho. Contemplem este grave erro do Tira Neto, na página 81 da sua péssima biografia do escritor cearense:
“Em meio aos conchavos e viradas de mesa que caracterizariam todo o segundo império”...
Ora, como eu já salientei no meu livro As sandálias de Cristo, o Segundo Império nunca existiu no Brasil. O Império aqui foi apenas um, tendo havido, sim, o Segundo Reinado, o de D. Pedro II (1840-1889), continuação do Primeiro Reinado, de D. Pedro I (1822-1831), após a Regência Trina Provisória, de 1831; a Regência Trina Permanente, de 1831 a 1835; e a Regência Una, de 1835 a 1840. Esta última exercida pelo padre Diogo Antônio Feijó e depois por Pedro de Araújo Lima, o Visconde de Olinda.
Que erro, o do Tira Neto! Senhor biografocida (assassino de biografias, repito), adquira mais cultura, deixe de ser apedeuta, volte a ler os compêndios de História do Brasil, se é que de fato já os leu. Aspudo, procure se instruir, largue essa mania de tomar porres de aspas e memorize este pensamento do estadista inglês Benjamin Disraeli, inserido no seu livro Sybil, or the two nations, publicado em 1847:
“Ter consciência da própria ignorância é um grande passo em direção ao saber.”
(“To be conscious that you are ignorant is a great step to knowledge”)
Os erros de português se multiplicam no livro do Aspudo sobre José de Alencar. Eis um, da página 217:
“...a primeira edição, de mil exemplares, esgotou rapidamente”.
Correção: o verbo aí é pronominal, esgotou-se. Sem o pronome se, parece que a primeira edição esgotou a paciência do leitor...
Erro de atração pronominal do Tira Neto na página 275 do seu caótico livreco:
“Alencar respondia às críticas dizendo-lhe que o cargo de ministro da Justiça dava-lhe o pleno comando...”
Aspudo, aprenda: o que atrai o pronome lhe. Olhe esta frase correta do José de Alencar, vítima do senhor, pois o seu livro sobre ele é horroroso, um atentado contra o romancista de As minas de prata:
“...pedir ao velho que lhes ensine”...
Leia também, Aspudo, as seguintes palavras do insigne escritor luso Antônio Feliciano de Castilho:
“... por isso mesmo que lhes faleceu a força e a arte.”
Quer mais um exemplo, Aspudo?
Aí vai, é uma frase do padre Antônio Vieira, outro expoente da rica literatura portuguesa:
“Respondeu Apolo que, dali a sete dias, lhes concederia o que pedimos”.
Escreve mal, muito mal, o Tira Neto. A sua prosa é cheia de assonâncias, de palavras que rimam entre si, como neste trecho da página 199 do chatíssimo O inimigo do rei:
“Quando a crítica espinafrava ou silenciava sobre sua obra literária, José de Alencar ameaçava... Quando imaginava... proclamava... O irascível Alencar oscilava...”
É o estilo AVA-AVA-AVA-AVA. Creio que Tira Neto é um fanático admirador da atriz americana Ava Gardner...
Na página 233 encontrei isto no seu livro-aborto:
“... Rio de Janeiro de então.”
Puxa, eu não sabia que a Cidade Maravilhosa tem um dentão! Ela é uma tigresa faminta? Qual é o tamanho desse dentão, ò Lira Neto? Mede dois ou cinco metros de comprimento?
Escritor fraco, anêmico, a sua lengalenga sobre José de Alencar se mostra abarrotada de frases batidas, surradas, de expressões comuns tão comuns como é comum o sal nas águas oceânicas e a areia nas praias no Nordeste:
“... dizia não morrer de amores”... (página 17); “o clima era de profundo pesar” (página 79); “tentava defender-se da maré de acusações” (página 80); “crítica contundente” (página 116); “território praticamente inexplorado” (página 180); “fora fragorosamente derrotado” (página 194); “respeitável mãe de família” (página 229); “notório solteirão” (página 230); “no apagar das luzes do ano anterior” (página 302); “realidade brutal” (página 380).
Tira Neto, na página 388 da sua babilônica descrição da vida de José de Alencar, agradece a várias pessoas que o ajudaram a gerar o seu monstrengo biográfico. Ele devia agradecer também à tesoura e à cola, pois a primeira lhe permitiu recortar centenas de trechos alheios e a segunda a grudá-los na sua obra palavrosa, inchada de erros de português, de informações desnecessárias, supérfluas, onde as aspas se assemelham a uma devastadora praga de insetos hematófagos.

2 comentários:

Deise Brandão disse...

Apenas que te acho demais. E lamento jamais chegar perto de tanta sabedoria e uma assertividade invejavel.
A primeira vez que "te li", ha 22 anos, foi o Cala Boca Jornalista. Livro meu de cabeceira até hoje.
E acompanho o teu blog para ver a que ponto chegamos.
Te agradeço por nao me sentir uma herege, ao detestar Paulo coelho..
OU seja, és "meu idolo". Evidentemente, apos Carlos Castaneda. Mas com certeza, SEMPRE aprendo contigo. permita Deus que permaneças muito tempo entre nós. E continue nos ensinando. tu nos dá de graça, o que a história nos deu e continua dando, cobrando um preço muito alto: A verdade.
Obrigada por evitar que pelo menos eu viva eternamente sob imenso manto fraudolento dos interessandos em manter o Brasil sob o manto de uma enfadonha, desgastante e irritante IGNORANCIA. E assim estarmos todos sob o cabresto deles.
Abç

Deise Brandão disse...

E desculpe a repetição da palavra manto...risos. Nao foiintencional. E muito menos Imitação.
Sei que serei perdoada, porque sei a dar a CEsar oque é de César.