Diogo Mainardi, no seu insosso texto “Edna entendeu tudo”, publicado na “Veja” de 15 de julho de 2009, garante que o Chico Buarque é uma fraude. O Dioguinho endossa a opinião da péssima romancista irlandesa Edna O’Brien, autora de obras soporíferas, uma das participantes da Flip, da festa literária de Paraty, na qual escritores movidos a cachaça, nacionais e estrangeiros, vagam no porre pelas ruelas da cidadezinha sem rede de esgoto, mijando e defecando. No decorrer dessa festa mais etílica que literária, o fedor da urina e do cocô se torna insuportável, asfixiante.
O Dioguinho Maisnada, aliás, Mainardi, esculhambou também um escritor de talento, Milton Hatoum. Todavia, eu pergunto: quem é Dioguinho Maisnada, aliás Mainardi, para condenar a literatura do Chico e do Milton? Respondo: ele é apenas o Dioguinho Maluquinho da “Veja”, sem a graça do Menino Maluquinho do Ziraldo.
Por que esse apedeuta meteu o pau nos dois? Explica-se, o desvairado colunista, - energúmeno-mor da imprensa brasileira, - é um invejoso crônico, incurável. Não se conforma com o sucesso literário alheio. Deve ter sofrido um forte ataque de invejeite aguda, ao saber que o livro “Leite derramado”, Best-seller de Chico Buarque, vai ser lançado na Itália pela editora Feltrinelli. Estava certo Pierre Corneille (1606-1684), o criador da tragédia francesa, quando colocou estas palavras na cena segunda do ato V da sua peça “Suréna”:
“Nunca um invejoso perdoa o mérito”.
(“Jamais un envieux ne pardonne au mérite”)
Há anos leio as cretinices, os disparates, os insultos, as cacaborradas, os gravibundos erros de sintaxe do hidrófobo Dioguinho Maisnada. E fico espantado, pois a revista “veja” é excelente, assemelha-se a uma bela e confortável casa, onde seus leitores se sentem à vontade. Mas eu pergunto: qual é a casa, por mais moderna que seja, que não tem a sua latrina?
Vejamos se o Dioguinho sabe escrever, se revela cultura para execrar os livros do Chico Buarque e do Milton Hatoum.
Erro de português do Dioguinho no texto “Vamos soltar os bandidos”:
“A gente é menos primário” (“Veja”,4-5-2005).
Correção: “A gente é menos primária”, pois gente, aqui, é substantivo feminino.
Erro de português do Dioguinho no texto “Sai, Lula, sai”:
“Sai, Lula, sai. Sai rápido daí” (“Veja”, 13-7-)
Correção: “Saia, Lula, saia. Saia rápido daí.” O indouto Dioguinho, sempre apressadinho, não percebeu que sai é a terceira pessoa do presente do indicativo do verbo sair. É um conselho dele e não a descrição de uma saída no tempo presente.
Erro de português do Dioguinho no texto “O resumo da ópera”:
“O resultado foram a perda de controle do Congresso e a eleição de Severino Cavalcanti” (“Veja”, 7-9-2005).
Correção: “Os resultados foram...” Erro berrante, tão tonitruante como a peidorrada de um porco-do-mato peidorreiro.
Erro de português do Dioguinho no texto “Para entender o caso Nahas”:
“O governo rachou ao meio”.
Correção: “O governo rachou-se ao meio”. Aí o verbo rachar é pronominal. Foi o governo que se rachou, ele não rachou outra coisa.
Erro de português do Dioguinho no texto “Atear fogo no PSDB?”
“Do Canadá, onde foi passar férias, telefonava a José Serra, para garantir-lhe seu apoio”... (“Veja”, 22-3-2006).
Correção: “...para lhe garantir seu apoio...” A preposição para atrai o pronome, como nesta passagem do canto IV do poema “Os Lusíadas” de Camões:
“Já para se entregar quase rendidos
a fortuna das forças africanas”.
Ou como na seguinte frase de um sermão do padre Antônio Vieira:
“Por isso não teve ocasião para o estimar, nem boca para o aplaudir, nem olhos para o ver”.
Erro de português do Dioguinho no texto “Ginecomastia, sanfoneiros, pobres”:
“Nos últimos quatro anos, Lula enriqueceu” (“Veja”, 23-8-2006).
Correção: “...Lula se enriqueceu”. O verbo, aí, é pronominal. Dioguinho Maisnada, aliás Mainardi, quis dizer que Lula ficou rico e não que ele enriqueceu outra pessoa...
Erro de portugues do Dioguinho no texto “O mensalão das artes”:
“A Petrobras é o maior patrocinador cultural do Brasil” (“Veja”, 30-8-2006).
Correção: “A Petrobras”, é a maior patrocinadora”. Se fosse “O Petrobras”, vá lá. Dioguinho Dioguinho, menininho malvadinho e ignorantesinho!
Erro de português do Dioguinho no texto “A voz do PT”:
“Devolve o dinheiro aí, José Dirceu” (“Veja”, 6-9-2006).
Correção: “Devolva o dinheiro aí, José Dirceu”. O Dioguinho está dando um conselho. Portanto, salta à vista, o correto é devolva. Ele não conhece de modo seguro os três tempos fundamentais do verbo: presente, passado e futuro.
Erros de português do Dioguinho no texto “A imprensa lubrificada”:
“Quando ‘IstoÉ’ publicou a entrevista com o chefe dos sanguessugas... Agora a CPI dos sanguessugas... Para combinar a entrevista com o chefe dos sanguessugas... Um dos articuladores da entrevista com o chefe dos sanguessugas” (“Veja”, 29-11-2006)
Correção: quatro vezes o Dioguinho provou que não sabe que o substantivo sanguessuga é feminino, pois devemos dizer a sanguessuga e não o sanguessuga. Todos os bons dicionários da língua portuguesa ensinam isto, como o do Cândido de Figueiredo, o do Caldas Aulete, o do Laudelino Freire, o do Antenor Nascentes, o do Silveira Bueno, o do Aurélio, o do Antônio de Moraes Silva.
Agora, amigo leitor, diga-me se o Dioguinho Maisnada, aliás, Mainardi, tem capacidade para criticar os livros do Chico Buarque e do Milton Hatoum. Tem? Se ele tem, a ignorância no Brasil atual vale muito mais do que a cultura e a inteligência. E notem, eu não mostrei os intermináveis erros de português dos livrecos do Dioguinho. Isto fica para outra ocasião.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Brasileiro: pare de ser macaco do americano!
Não sou inimigo de nenhum povo e de nenhum país e sim dos governos de certas nações. Um amigo dotado de bela cultura, jornalista de “O Estado de S.Paulo”, que me viu ser entrevistado no programa “Provocações”, do Antônio Abujamra, da TV Cultura, e que leu a entrevista que concedi ao colega Gilberto Amendola do “Jornal da Tarde”, publicada na edição do dia 8 de julho de 2009 desse periódico, o referido amigo chegou a esta conclusão:
-Fernando Jorge, você é um anarquista, um fiel seguidor do italiano Enrico Malatesta e do russo Mikhail Aleksandrovitch Bakunin.
Não posso negar: sempre tive uma entusiástica admiração pelos anarquistas. Desde jovem eu lia e aplaudia os textos do inglês William Godwin (1756-1836), paladino da tese de que o homem pode tornar-se perfeito pela educação e pela razão, e se conseguir criar uma sociedade livre de qualquer coercitivo governo autoritário. Sonho utópico, irrealizável? Depois mergulhei na leitura das obras de Bakunin (“Deus e o Estado”, “O catecismo revolucionário”, “Os princípios da revolução”), cuja escola se opunha vigorosamente ao socialismo ditatorial de Karl Marx e defendia uma espontânea ação revolucionária, com o objetivo de destruir o “desumano capitalismo” da época moderna. Confesso também li e reli, e até adorei, o livro “A doutrina anarquista ao alcance de todos”, do professor José Oiticica (1882-1957), um homem puro, honrado, profundo conhecedor do nosso idioma, tão conhecedor que lecionou Filologia Portuguesa na Universidade de Hamburgo.
Diversas vezes perguntei a mim mesmo: sou ou não sou um anarquista? Bem, se ser anarquista é rebelar-se contra a macaqueação do brasileiro diante do americano, contra a sua mania de querer falar bem o inglês e mal o português, então de fato eu sou um fanático adepto de Peter Alexievitch Kropotkin (1842-1921), autor, entre outros livros, das “Palavras de um revoltado” e de “A conquista do pão”, lidos e relidos por mim, o primeiro publicado em 1885, e o segundo em 1892.
Repito, não sou inimigo de nenhum povo e de nenhum país, mas não aceito, não me conformo, esculhambo, meto o porrete nessa paranóia de milhões de brasileiros se obstinarem em serem macacos dos americanos. Isto para mim é falta de cultura, de caráter, de personalidade, de patriotismo.
Você liga o rádio e só ouve a música cacofônica dos Estados Unidos. Os brasileiros americanizados, ou melhor, americanalhados, metidos a besta, acham que é prova de mau gosto, de atraso, ouvir um tango argentino, uma canção italiana, mexicana ou francesa. Ouvimos mais a ensurdecedora música cacofônica americana do que a nossa, a da Bethânia, da Gal, da Zizi Possi, do Caetano Veloso. E se ligarmos a televisão, é só filme americano de quinta ou oitava categoria, exibindo cretinices, assassinatos, barbaridades. Filmes para os criminosos se sentirem estimulados a assaltar, a estrangular, a fuzilar, a cortar cabeças.
O brasileiro é tão macaco do americano, tão complexado, tão sem personalidade, que hoje, em dezenas de lojas comerciais, quando deseja anunciar uma grande liquidação, ele coloca as palavras inglesas off e sale.
Lã no Rio de Janeiro, os jovens da alta classe média copiam nas praias os jogos da americana National Football League. É o Superbowl! É o Touchdown! Eles mal sabem se expressar em português, mas gritam, no decorrer das partidas:
-Field goals! (Gol de campo!)
-Tight-end! (Bloqueio!)
-Safety! (Vale dois pontos!)
-Defensive tackies! (Jogar pelo meio da defesa!)
-Defensive ends! (Defender as pontas!)
-Quaterbaks! (Armação das jogadas de ataque!)
As mocinhas americanizadas do Leblon, de Ipanema, de Copacabana, da Barra da Tijuca, vendo as partidas dos simiescos garotões, vomitam estas palavras, como se estivessem soltando orgasmos:
-Wonderful! (Maravilhoso!)
-Beauty! (Beleza!)
-What a bit of luck! (Que sorte!)
-Gracious goodness!, good gracious! (Ora essa, céus, meu Deus!)
-That makes us square! (Agora estamos quites!)
-Over again! (Outra vez!)
-Well, I’m jiggered! (Por essa eu não esta esperava!)
Entrevistada por uma repórter de televisão, uma das tais mocinhas assim se expressou:
-Prefiro falar o inglês do que o português. Acho tão feia, tão cafona a nossa língua! Take my Word for it. (Dou-lhe a minha palavra). My dream (meu sonho) é conhecer, em New York City, o Music and Dance Booth, no Bryant Park. Take my word for it! (Dou-lhe a minha palavra!)
Ao ver esta fulana na televisão, eu pensei: amanhã, se os Estados Unidos invadirem o Brasil, milhões de jovens como ela vão renegar a sua nacionalidade, trair o seu país, virar americanos ou americanas de carteirinha.
Na pátria do Lula existem idosos americanizados. Rubem Fonseca, nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 11 de maio de 1925, não parece um escritor brasileiro e sim americano. Os textos dos seus contos e romances se assemelham às narrativas de John Steinbeck, Ernest Hemingway e Jerome David Salinger. Aliás, Rubem imita este último na vida pessoal, usa o estratagema de nunca dar entrevistas, a fim de se mostrar difícil, estranho, singular... É oportuno dizer que esse escritor cem por cento americanizado, estudou administração e comunicação nas universidades de Boston e de Nova York.
João Ubaldo Ribeiro, no artigo “Vergonha da mesóclise” (“O Globo”, 2-6-2009), provou como o fascínio pelo inglês dos americanos está mudando, de forma corrosiva, horrenda, a língua portuguesa falada em nosso país.
Brasileiro, você quer continuar a ser macaco do americano? Peça para ficar numa jaula de um jardim zoológico dos Estados Unidos, a fim de nela pular, guinchar, fazer caretas, empinar o rabo e comer bananas, pipoca e amendoim, em frente dos olhos aparvalhados dos visitantes.
Brasileiro, tenha um pouco de vergonha na cara, pare de ser macaco do americano!
-Fernando Jorge, você é um anarquista, um fiel seguidor do italiano Enrico Malatesta e do russo Mikhail Aleksandrovitch Bakunin.
Não posso negar: sempre tive uma entusiástica admiração pelos anarquistas. Desde jovem eu lia e aplaudia os textos do inglês William Godwin (1756-1836), paladino da tese de que o homem pode tornar-se perfeito pela educação e pela razão, e se conseguir criar uma sociedade livre de qualquer coercitivo governo autoritário. Sonho utópico, irrealizável? Depois mergulhei na leitura das obras de Bakunin (“Deus e o Estado”, “O catecismo revolucionário”, “Os princípios da revolução”), cuja escola se opunha vigorosamente ao socialismo ditatorial de Karl Marx e defendia uma espontânea ação revolucionária, com o objetivo de destruir o “desumano capitalismo” da época moderna. Confesso também li e reli, e até adorei, o livro “A doutrina anarquista ao alcance de todos”, do professor José Oiticica (1882-1957), um homem puro, honrado, profundo conhecedor do nosso idioma, tão conhecedor que lecionou Filologia Portuguesa na Universidade de Hamburgo.
Diversas vezes perguntei a mim mesmo: sou ou não sou um anarquista? Bem, se ser anarquista é rebelar-se contra a macaqueação do brasileiro diante do americano, contra a sua mania de querer falar bem o inglês e mal o português, então de fato eu sou um fanático adepto de Peter Alexievitch Kropotkin (1842-1921), autor, entre outros livros, das “Palavras de um revoltado” e de “A conquista do pão”, lidos e relidos por mim, o primeiro publicado em 1885, e o segundo em 1892.
Repito, não sou inimigo de nenhum povo e de nenhum país, mas não aceito, não me conformo, esculhambo, meto o porrete nessa paranóia de milhões de brasileiros se obstinarem em serem macacos dos americanos. Isto para mim é falta de cultura, de caráter, de personalidade, de patriotismo.
Você liga o rádio e só ouve a música cacofônica dos Estados Unidos. Os brasileiros americanizados, ou melhor, americanalhados, metidos a besta, acham que é prova de mau gosto, de atraso, ouvir um tango argentino, uma canção italiana, mexicana ou francesa. Ouvimos mais a ensurdecedora música cacofônica americana do que a nossa, a da Bethânia, da Gal, da Zizi Possi, do Caetano Veloso. E se ligarmos a televisão, é só filme americano de quinta ou oitava categoria, exibindo cretinices, assassinatos, barbaridades. Filmes para os criminosos se sentirem estimulados a assaltar, a estrangular, a fuzilar, a cortar cabeças.
O brasileiro é tão macaco do americano, tão complexado, tão sem personalidade, que hoje, em dezenas de lojas comerciais, quando deseja anunciar uma grande liquidação, ele coloca as palavras inglesas off e sale.
Lã no Rio de Janeiro, os jovens da alta classe média copiam nas praias os jogos da americana National Football League. É o Superbowl! É o Touchdown! Eles mal sabem se expressar em português, mas gritam, no decorrer das partidas:
-Field goals! (Gol de campo!)
-Tight-end! (Bloqueio!)
-Safety! (Vale dois pontos!)
-Defensive tackies! (Jogar pelo meio da defesa!)
-Defensive ends! (Defender as pontas!)
-Quaterbaks! (Armação das jogadas de ataque!)
As mocinhas americanizadas do Leblon, de Ipanema, de Copacabana, da Barra da Tijuca, vendo as partidas dos simiescos garotões, vomitam estas palavras, como se estivessem soltando orgasmos:
-Wonderful! (Maravilhoso!)
-Beauty! (Beleza!)
-What a bit of luck! (Que sorte!)
-Gracious goodness!, good gracious! (Ora essa, céus, meu Deus!)
-That makes us square! (Agora estamos quites!)
-Over again! (Outra vez!)
-Well, I’m jiggered! (Por essa eu não esta esperava!)
Entrevistada por uma repórter de televisão, uma das tais mocinhas assim se expressou:
-Prefiro falar o inglês do que o português. Acho tão feia, tão cafona a nossa língua! Take my Word for it. (Dou-lhe a minha palavra). My dream (meu sonho) é conhecer, em New York City, o Music and Dance Booth, no Bryant Park. Take my word for it! (Dou-lhe a minha palavra!)
Ao ver esta fulana na televisão, eu pensei: amanhã, se os Estados Unidos invadirem o Brasil, milhões de jovens como ela vão renegar a sua nacionalidade, trair o seu país, virar americanos ou americanas de carteirinha.
Na pátria do Lula existem idosos americanizados. Rubem Fonseca, nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 11 de maio de 1925, não parece um escritor brasileiro e sim americano. Os textos dos seus contos e romances se assemelham às narrativas de John Steinbeck, Ernest Hemingway e Jerome David Salinger. Aliás, Rubem imita este último na vida pessoal, usa o estratagema de nunca dar entrevistas, a fim de se mostrar difícil, estranho, singular... É oportuno dizer que esse escritor cem por cento americanizado, estudou administração e comunicação nas universidades de Boston e de Nova York.
João Ubaldo Ribeiro, no artigo “Vergonha da mesóclise” (“O Globo”, 2-6-2009), provou como o fascínio pelo inglês dos americanos está mudando, de forma corrosiva, horrenda, a língua portuguesa falada em nosso país.
Brasileiro, você quer continuar a ser macaco do americano? Peça para ficar numa jaula de um jardim zoológico dos Estados Unidos, a fim de nela pular, guinchar, fazer caretas, empinar o rabo e comer bananas, pipoca e amendoim, em frente dos olhos aparvalhados dos visitantes.
Brasileiro, tenha um pouco de vergonha na cara, pare de ser macaco do americano!
Palavras para a minha esposa morta
Querida Artemisia, durante um ano, vendo o seu grande sofrimento, quantas vezes eu chorei às escondidas! Quantas vezes os seus olhos se encheram de lágrimas ao me olhar! Quantas vezes você beijou a minha mão, sussurrando:
-Você é o meu amor, a paixão da minha vida!
Querida, você era como uma flor humilde do campo, florzinha modesta, orvalhada, porém tão bela na sua despretensão, na sua singeleza, como a mais perfumada e a mais esplêndida das rosas!
A nossa união durou cinquenta anos. Não foi apenas um amor puro, sincero, o que já é muito, mas também amizade inabalável, compreensão total, solidariedade nas horas difíceis e de dor. O seu coração pulsava junto do meu e o meu junto do seu. Era como se dois corações tivessem se transformado num só.
Quem me devolverá o seu amor, a sua amizade, a sua lealdade, a sua compreensão, a sua mãozinha beijando a minha mão? Creio que Deus me devolverá tudo isto, um dia ou em breve...
O amor eterno é aquele que é despercebido, que parece só amizade, que sereno atravessa o tempo. Ele é silencioso e cria raízes profundas na alma. E quando a Morte inexorável chega, ela dá a impressão de arrancar brutalmente este amor de nós. Mas não, a Morte não consegue destrui-lo. Pelo contrário, a Morte o aviva ainda mais, embora nos cause uma dor indescritível.
Obrigado, querida, por me acompanhar nos momentos mais amargos da minha vida, quando eu chorei por causa da perda dos meus irmãos, dos meus pais, dos meus amigos.
Obrigado, querida, por ter me tratado tão bem nos dias em que estive enfermo. Sua voz, seu olhar, seus cuidados, seu carinho, me curavam mais do que os remédios.
Obrigado, querida, pelas horas de alegria que você me deu, pela sensação de felicidade, vinda exclusivamente de você.
Obrigado, querida, pela sua permanente dedicação ao lar, no qual nunca faltou a ordem, o asseio, o alimento, o amor.
Obrigado, querida, pelos momentos em que você pacificou o meu coração, após este ter sido ferido pelas inevitáveis ingratidões humanas.
Obrigado, querida, pela oferta de duas jóias: os nossos dois filhos.
Querida, espero que Deus me permita reencontrá-la. Se este encontro não for na sua Mansão Celeste, sonorizada por sinos de ouro, que seja pelo menos em qualquer lugar do mundo espiritual.
Querida, querida Artemísia, único amor da minha vida, você era a minha própria vida!
Querida! Querida! Querida! Querida! Lancei tudo isto aqui para que Deus leia e mostre estas palavras a você. É a confissão, por escrito, do meu amor pela minha insubstituível amada.
-Você é o meu amor, a paixão da minha vida!
Querida, você era como uma flor humilde do campo, florzinha modesta, orvalhada, porém tão bela na sua despretensão, na sua singeleza, como a mais perfumada e a mais esplêndida das rosas!
A nossa união durou cinquenta anos. Não foi apenas um amor puro, sincero, o que já é muito, mas também amizade inabalável, compreensão total, solidariedade nas horas difíceis e de dor. O seu coração pulsava junto do meu e o meu junto do seu. Era como se dois corações tivessem se transformado num só.
Quem me devolverá o seu amor, a sua amizade, a sua lealdade, a sua compreensão, a sua mãozinha beijando a minha mão? Creio que Deus me devolverá tudo isto, um dia ou em breve...
O amor eterno é aquele que é despercebido, que parece só amizade, que sereno atravessa o tempo. Ele é silencioso e cria raízes profundas na alma. E quando a Morte inexorável chega, ela dá a impressão de arrancar brutalmente este amor de nós. Mas não, a Morte não consegue destrui-lo. Pelo contrário, a Morte o aviva ainda mais, embora nos cause uma dor indescritível.
Obrigado, querida, por me acompanhar nos momentos mais amargos da minha vida, quando eu chorei por causa da perda dos meus irmãos, dos meus pais, dos meus amigos.
Obrigado, querida, por ter me tratado tão bem nos dias em que estive enfermo. Sua voz, seu olhar, seus cuidados, seu carinho, me curavam mais do que os remédios.
Obrigado, querida, pelas horas de alegria que você me deu, pela sensação de felicidade, vinda exclusivamente de você.
Obrigado, querida, pela sua permanente dedicação ao lar, no qual nunca faltou a ordem, o asseio, o alimento, o amor.
Obrigado, querida, pelos momentos em que você pacificou o meu coração, após este ter sido ferido pelas inevitáveis ingratidões humanas.
Obrigado, querida, pela oferta de duas jóias: os nossos dois filhos.
Querida, espero que Deus me permita reencontrá-la. Se este encontro não for na sua Mansão Celeste, sonorizada por sinos de ouro, que seja pelo menos em qualquer lugar do mundo espiritual.
Querida, querida Artemísia, único amor da minha vida, você era a minha própria vida!
Querida! Querida! Querida! Querida! Lancei tudo isto aqui para que Deus leia e mostre estas palavras a você. É a confissão, por escrito, do meu amor pela minha insubstituível amada.
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