domingo, 14 de dezembro de 2014

A ignorância é a maldição de Deus


Quem costuma soltar muitos erros de português é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é também professor. Ele é como o Collor, não conhece a regência do verbo assistir. Olhem estas frases de um dos seus discursos:

“Nós, hoje, acabamos de assistir algumas apresentações...

Eu assisti, das fundações Roberto Marinho e Norberto Odebrecht, esforços na mesma direção... Hoje, nós assistirmos aqui esses chamamentos à sociedade..." (Discurso pronunciado no Rio de Janeiro e reproduzido na edição do dia 18 de março de 1995 do jornal O Estado de S. Paulo).

Vamos corrigir os três erros de português do ex-presidente. Na primeira frase, “assistir algumas apresentações'" não está certo, é “assistir a algumas apresentações'. E o Fernandinho não pode "assistir esforços", ele “assiste a esforços”. Também na última frase esse grande erro de português continua a aparecer. Não é “nós assistirmos aqui esses chamamentos". Falta um a: é “nós assistirmos aqui a esses chamamentos".

            Mais adiante, em outra passagem da arenga, o Fernando Henrique vomitou este erro:

            ”Se tivermos errados, nós mudaremos...”

            Senhor ex-presidente, aprenda agora ou volte a ser aluno de uma escola de ensino fundamental: não é “se tivermos errados”, é “se estivermos errados”. O senhor aprendeu ou quer que eu repita a lição?

            Trecho de outra arenga do professor Fernando Henrique:

            “...cidade, Estado e União são capazes de atender aos reclames da população" (Discurso pronunciado no metrô de Recife e reproduzido na edição do dia 25 de janeiro de 1997 do jornal O Estado de S. Paulo).

            Fernandinho, não é “reclames da população”, é reclamos. Trate de memorizar as minhas palavras: reclames são anúncios comerciais e reclamos são gritos, clamores, reclamações. Entendeu?

Num outro discurso proferido na capital de Pernambuco, o rei Fernando II salientou:

“... lá no Rio Grande do Sul, na terra do nosso ministro dos Transportes, o problema da escravidão pesava como uma nódoa...” (OESP, 25-1-1997).

Que imagem absurda! Desde quando uma nódoa pesa como o chumbo, o aço, o ferro, um soco do Mike Tyson?

A verdade é a seguinte: os discursos do professor Fernando Henrique Cardoso exibem disparates, gravíssimos erros de português e frases obscuras, mal construídas. Dei apenas alguns exemplos. Ele é um verborrágico, e à semelhança do José Sarney e do Fernando Collor de Mello, tem torturado metodicamente a língua portuguesa. Esta, martirizada pelos três, não para de gritar:

            -Socorro, socorro, me salvem! O Sarney, o Collor e o Fernando Cardoso estão me matando, eu não aguento mais! Acudam-me! Deus, Jesus Cristo, Maomé, Buda, padre Cícero, Nossa Senhora Aparecida, me ajudem, sintam pena de mim!

            Concluo este bate-papo citando a seguinte frase que Shakespeare colocou no ato quarto da sua peça Henrique VI:

“A ignorância é a maldição de Deus; o saber, a asa que nos ajuda a voar até o céu”.

                        (“Igonorance is the curse of God,

                          Knowlodge the wing wherewith we

                          fly to heaven”)