Sempre fui inimigo de todos os tipos de censura, de
restrição à liberdade de pensamento. O
Estado de S. Paulo publicou há pouco tempo a minha entrevista concedida ao
repórter Moacir Assunção, por estar esse jornal proibido de divulgar qualquer
fato referente à Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, efetuada em torno
dos negócios do empresário Fernando Sarney, filho de José Sarney. Título da
entrevista:
“Censura é medida fascista, diz escritor”.
Por ser inimigo de todos os tipos de censura, admiro
muito os jornalistas de talento que se mostram corajosos, independentes, como o
Mino Carta, o Hélio Fernandes, o Sebastião Nery, o Marcos Caldeira Mendonça.
Isto não significa, porém, deixar de condenar o erro, a injustiça, a safadeza.
Há crítica e há censura. Eu critico, não censuro.
Quando pela sétima vez o Amaury Jr. me entrevistou no seu
programa de televisão, chamei de canalha o Dan Brown, pois no livro O Código Da Vinci ele descreveu Jesus
Cristo como um revolucionário judeu que engravidou Maria Madalena e esta,
depois, fugiu para o sul da França. Sinval de Itacarambi Leão, diretor da
revista IMPRENSA, achava-se presente e depois me criticou:
-Fernando, você, como jornalista, não pode chamar ninguém
de canalha.
Respondi, tranquilo:
-Sinval, eu, como jornalista, não chamei o Dan Brown de
canalha. Eu o chamei de canalha como cristão.
Agora a ópera-rock Jesus
Cristo Superstar, de Andrew Lloyd Weber e Tim Rice, volta a ser apresentada
no Brasil, em nova montagem, com direção de Jorge Takla. Desde a época em que
fui jurado de televisão, no programa do Flávio Cavalcanti, eu não paro de meter
o pau nessa peça, autêntico achincalhe à figura de Jesus, onde nela este é
amante de Maria Madalena, os apóstolos aparecem como bêbados, a Madalena a lhe
fazer massagens eróticas, a cantar “para adormecer o seu macho”. Judas, nessa
infâmia, interpretado por Alírio Netto, surge de maneira simpática, esculhambando
o Salvador. Ele, Jesus, interpretado pelo ator Igor Rikli, é visto no palco de
peito nu, de calça jeans arriada,
quase a exibir o seu órgão genital. Quanta sordidez! Espetáculo nojento, tão
asqueroso como contemplar numa sarjeta, a apodrecer sob os raios escaldantes do
sol, um rato coberto de frenéticos vermes cor de pus.
A Folha de S.
Paulo publicou um anúncio enorme, no qual o ator Igor Rikli ostenta o largo
peito nu, o umbigo bem saliente, a calça jeans
quase caindo, prestes a colocar a sua genitália em frente dos nossos olhos.
Esse anúncio informa que o Ministério da Cultura está patrocinando a blasfêmia
contra Jesus Cristo. Sim, pura verdade, a peça foi autorizada a captar R$ 5,7
milhões do ministério, pela Lei Rouanet (Folha
de S. Paulo, 26-2-2014).
Com o apoio da Associação Sagrado Coração de Jesus, a
Associação dos Devotos de Fátima pediu o fim do financiamento da peça
difamatória. Texto da petição:
“Não é lícito ao Estado laico violentar barbaramente a fé
de milhões de pessoas, promovendo, com o dinheiro dos contribuintes, o evento
blasfemo...”
Palavras justas, corretíssimas. Respondendo, o Ministério
da Cultura expeliu uma desculpa chocha, anêmica: a opera-rock Jesus Cristo Superstar se enquadra como
“espetáculo teatral”. É, ministra Marta Suplicy? Enxovalhar Jesus pode ser
espetáculo teatral para os canalhas, mas não para mim e para todos que o amam,
que o respeitam, que veem nele a luz imorredoura das almas, “o caminho, a
verdade e a vida”.
Indicado pela Arquidiocese de São Paulo para falar sobre
a peça imunda, o padre Tarcísio Marques Mesquita, da paróquia Nossa Senhora do
Bom Parto, assim se manifestou:
“O musical faz uma atualização da imagem de Cristo, mas é
uma ficção que deve ser lida como tal. Obras como esta, que trazem
questionamento sobre a fé, nos ajudam a amadurecer”.
Esse padre defecou pela boca duas fedidas besteiras. A
imagem de Jesus não precisa de atualização, de se modernizar. A face de Cristo
é imutável. Sua mensagem é única, eterna, rompe as dimensões do tempo. Peças
como essa opera-rock não trazem questionamento, trazem achincalhamento ao
Mártir do Calvário, à nossa fé, ao nosso amor santo por aquele cujo reino não é
o reino material deste mundo.
Padre
Tarcísio Marques Mesquita, o senhor é padre de Deus ou é padre de Satanás? Se é
padre do Coisa Ruim, submeta-se a uma operação cirúrgica para ter pés de bode,
focinho de porco, rabo de macaco, dentes de piranha. Berre, após a operação,
como um caprino, ronque como um suíno, guinche como um símio, devore como um
peixe predador. Tire antes a sua negra batina, se a usa, e a substitua por uma
vermelha capa com cheiro de enxofre.
Ministra Marta, eu indago: a
senhora dirige o Ministério da Cultura Diabólica? Se dirige, continue a dar
apoio financeiro à peça Jesus Cristo
Superstar, agressão a Cristo em forma de opera-rock, e não deixe também de
financiar outra edição de O Código Da Vinci, do nauseabundo Dan
Brown, e mais uma edição dos Versículos
satânicos, do não menos repulsivo Salman Rushdie, livro onde ele inventou
que o profeta Maomé escreveu, transmitidos pelo Beiçudo, numerosos versículos
do Alcorão, e que as putas de um
bordel eram suas esposas.
Ah, mais um conselho, dona Marta
Suplicy. Mande incendiar o seu ministério, a fim de satisfazer o Bruxo do
Inferno. Ele, o Maldito, ao ver o fogo, as altas e vorazes labaredas, vai
sentir-se feliz, gargalhar e admitir:
-O ministério da Marta é digno
deste fogo, destas chamas, porque patrocinou a minha querida opera-rock Jesus Cristo Superstar...