Eu coleciono as frases imbecis das
pessoas mais famosas do Brasil. Já tenho centenas dessas frases e pretendo
publicar um livro, ao qual darei este titulo: Dicionário das frases cretinas dos brasileiros celebres.
Baseado em frias análises, cheguei à uma
conclusão: o poder, diversas vezes, também emburrece, cretiniza. Foi a única
explicação lógica que eu encontrei para compreender as frases idiotas de
pessoas famosas, cujos nomes se acham em evidência nos jormais, nas revistas,
nos programas das emissoras de televisão.
Há vários anos, aliás, as besteiras
dessa gente frequentam os noticiários.
Após assumir a presidência da Republica
em 15 de março de 1985, o maranhense José Sarney vomitou a seguinte asneira:
“Realmente, estamos importando
alimentos, mas isso é ótimo, porque significa que quem não comia está
comendo."
Oh raciocínio genial! Cérebro
privilegiado, o do senhor José Sarney! Ele merece, não há duvida, ser membro da
estéril Academia Brasileira de Letras. Amigo leitor, curve a cabeça diante da
robusta inteligência do singular poeta do livro Maribondos de fogo, obra onde a poesia foi assassinada por esses
insetos chamejantes!
Ficaram célebres as frases cretinas do
senhor Mário Amato, na época em que era presidente da FIESP. No mês de abril de
1989, por exemplo, ele fez este elogio à senhora Dorothéia Werneck, ministra do
Trabalho do presidente Sarney:
-Ela é muito inteligente, apesar de ser
mulher.
A frase é tão cretina, mas tão cretina,
que dispensa qualquer comentário. E comentar o quê? Assim como uma rosa é
apenas uma rosa, conforme dizia a Gertrude Stein, a m. é apenas uma m.
Mais tarde, em 21 de junho de 1992,
justificando a sonegação de impostos como "a defesa da sociedade contra a
elevada carga tributária”, o senhor Mário Amato garantiu:
-Sonegar impostos é proteger a sociedade
brasileira. O crime compensa. Ninguém pode atirar a primeira pedra: somos todos
corruptos.
Estas frases imorais, insultuosas,
cretinas, geraram o protesto indignado de 150 empresários gaúchos e do senhor
Luíz Carlos Mandelli, presidente da Federação de Indústrias do Rio Grande do
Sul. Vários gângsteres de Chicago e Nova York, inclusive o impiedoso Al Capone,
enviaram do Inferno, onde cumprem as suas penas eternas, calorosos telegramas
de aplauso ao senhor Mário Amato.
Três meses depois, em outubro de 1992, o
Amato expeliu outra frase cretina:
-Quando a mocidade, que está despontando
para a cidadania, sai para as ruas, isso me amedronta e apavora.".
Sentir medo da mocidade consciente,
patriótica! Olhem aí o cúmulo do reacionarismo! Mário Amato deveria tremer,
borrar as calças, se fosse o contrário. Se os jovens se acomodam diante do
erro, do arbítrio, da corrupção, da patifaria, da injustiça, isto sim é
condenável e maléfico. Viva pois a mocidade estuante, vibrante, apaixonada, a
bela e generosa mocidade que sai das escolas, das universidades, e vai às ruas
para reagir, protestar, combater a opressão, defender a democracia, lutar pela
liberdade, a indômita e esplêndida mocidade de quente e rubro sangue novo! Ela
é que é a verdadeira esperança de meu país, o seu futuro radioso!
Durante a campanha pelas eleições
diretas, no ano de 1989, o doutor Paulo Salim Maluf deu este conselho em Belo
Horizonte, na Faculdade de Ciências Médicas:
-O que fazer com um camarada que estuprou
uma moça e matou? Tá bom, tá com vontade sexual, estupra, mas não mata.
Frases soberbas, notáveis! Eu soube que
o presidente da Sociedade Brasileira de Estupradores convocou uma reunião
extraordinária para os sócios desse grêmio poderem aplaudir de pé,
entusiasticamente, o doutor Paulo Salim Maluf, defensor dessa nova e
revolucionária prática sexual, chamada "Estupra, mas não mata".
Convém dizer: o “Maniaco do Parque”, o Francisco de Assis Pereira, tentou
acatar o conselho do doutor Maluf, porém ele não se dominava na hora
"H" e acabou estuprando e matando dezenas de moças nas clareiras do
Parque do Estado, uma das maiores áreas verdes da cidade de São Paulo.
Francisco, menino mau, por que você não se limitou a estuprar as moças,
seguindo o excelente conselho do doutor Maluf, por quê?
Em 1995, o doutor Maluf confessou:
-Me orgulho muito dos povos árabes, mas
sou de origem libanesa.
Ora, eu pergunto, e o Líbano não é um
país árabe? É tão árabe que 75 por cento da sua população é muçulmana. Basta
salientar: em 1945 o Líbano ingressou na Liga Árabe. Eis os nomes árabes de
localidades do país dos cedros: Al Laban, Batrum, Bent Jbail, Dayr al Qamar, El
Khiyam, Qurnat al-Hamrã, etc, etc.
Bem, e qual é a minha firme conclusão? A minha
firme conclusão é simples: de fato o poder em nosso país muitas vezes
burrifica, imbeciliza. Os miolos de certos fulanos que exercem o poder se
desconjuntam e ficam soltos, boiando nas suas cabeças. Eles passam a ter os
cérebros em compotas. Devido a esta metamorfose, começam a defecar pela boca.
Um comentário:
Estarei na fila para ler. Certamente será um tomo bem volumoso, pois o naterial é farto nessa terra de papagaios.
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