sexta-feira, 17 de maio de 2019

O fanatismo sexual da Suzana Vieira e de outras sexomaníacas



Não sou puritano nem moralista. Aliás, conheci puritanos e moralistas idênticos aos escribas e fariseus, assim descritos por Jesus Cristos no versículo 27 do capítulo 23 do Evangelho de São Mateus:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Sois semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão. Também vós, por fora, pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.”
Portanto, sem me arvorar em paladino da moral pública, olho com espanto o crescente fenômeno da imoralidade no Brasil. Certo dia, no tempo do regime militar, durante o governo do general Médici (Médici ou Mude-se!), eu liguei a minha televisão e vi o Nelson Rodrigues sendo entrevistado por várias moças bem bonitas. Eram misses, a Miss Goiás, a Miss Bahia, a Miss Santa Catarina, etc. Uma delas, se não me engano a Miss Brasil, fez esta pergunta ao dramaturgo:
-Nelson, você é a favor ou contra a virgindade na mulher?
Gesticulando e com voz firme, o autor da peça Vestido de noiva respondeu:
-Sou a favor da virgindade na mulher, furiosamente a favor!
As moças caíram em cima do Nelson, zombaram dele, vaiaram:
-Como você é atrasado, Nelson Rodrigues! Você é careta, quadrado, precisa evoluir!
Indignadas, protestavam contra a sua opinião. Eu pensei: meu Deus, a escolha da virgindade é um direito, não é um pecado, uma vergonha. E me convenci de que se iniciava no Brasil uma fase do apodrecimento moral, de apologia da sexualidade bruta. Logo fui obtendo as provas de haver acertado no prognóstico. Vou evocar fatos mais recentes, comprobatórios.
Ancelmo Gois, na sua coluna de O Globo (edição de 4-7-2012), contou que o deputado Átila Nunes, no restaurante Ettore da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, leu no cardápio o nome, de um prato chamado Ficaccia. Ora, este nome, em italiano, significa “vagina grande”. Vejam, inclusive nos cardápios dos restaurante do nosso país, aparece a sexualidade forte, exacerbada!
Consulto os recortes de jornais do meu arquivo, pois gosto de documentar tudo. E leio na coluna de Leonardo Ferreira, do jornal carioca Extra (edição de 17-3-2013), o seguinte sobre a paraense Kamilla, participante do programa Big Brother Brasil 13:
“Até o fechamento desta reportagem, Kamilla ainda tinha dúvida do tamanho do órgão sexual do namorado...”
Na edição de 6 de março de 2013, o referido periódico divulgou esta notícia, sobre outra participante do programa:
“Natália não está aguentando ficar sem sexo na casa do BBB. A seca está deixando a sister muito irritada –Tô ficando louca”.
O jornal Mais, de São Paulo (edição de 22-3-2013), deu informações sobre o BBB 13:
“Andressa e Fernanda tiveram uma discussão estranha na madrugada de ontem. Elas especularam o tamanho do pênis de Nasser.”
Guardei outra notícia, publicada na mesma edição do Mais:
“Depois de uma noite pra lá de animada na ‘Festa Crazy’, Andressa chamou Nasser para se deitar com ela na cama. Após ouvir um não do gaúcho, que preferiu ir ao ofurô, a paranaense não gostou de ter o convite negado e disparou contra o amado –É uma bichona!”
Ainda do Mais (edição de 27-6-2013), conservei este recorte:

“Vencedora do BBB 11, Maria Mellilo declarou recentemente que nunca ficou sem sexo. Inclusive, quando estava confinada na casa do reality show. Quem foi pra de baixo do edredon com Maria foi o médico Wesley Schunk –Fizemos sexo várias vezes. A gente sabe fazer muito bem feito. Valeu a pena. Ele é mineiro, come quieto... –Nunca fiquei sem sexo. Nem mesmo dentro do BBB – declarou.”
Quanta pureza! E continua o nosso lindo desfile de ereções, das fomes venéreas, das vulvas satisfeitas e insatisfeitas...
A atriz Suzana Vieira, com apenas 70 anos, confessou à repórter Laís Rissato:
“Tenho vivacidade sexual fora do normal. Desde mocinha acho uma delícia transar” (revista Quem acontece, de 21-6-2013).
Clara Aguillar, participante do Big Brother Brasil 14, resolveu colocar na Internet uma foto de sua pessoa, vestida de Santa Clara e exibindo, apalpando fora da roupa, os seios moles, enormes, monstruosos. No seu rosto a expressão de quem goza, de quem se entrega a um indescritível orgasmo animalesco.
Essa foto obscena revoltou a freira Maria Pacífica, madre superiora do Convento de Santa Clara, situado no bairro carioca da Gávea:
-É um absurdo, um atentado à fé, aos sentimentos dos cristãos. As irmãs Clarissas vivem uma vida de clausura, dedicada de modo total à oração, à castidade.
É triste, amigo leitor, contemplar o fedorento desfile das mulheres excitadas aqui citadas (rimou!), o fanatismo sexual da buliçosa Susana Vieira e de outras sexomaníacas. Uma sexóloga com cara de vaca prenhe, ou melhor, uma putologa, garantiu num programa da TV Bandeirantes:
-O amor como era antes, não existe mais, pois estamos na época do pluriamor.
A putologa dissertou sobre esse tal pluriamor. Qualquer mulher casada, por exemplo, vai a um shopping center, onde vê um rapaz simpático, musculoso, de aspecto viril. Atraídos um pelo outro, ambos vão para um motel e fornicam. A esposa volta ao lar, tranquila, e nem precisa dizer nada ao marido. Eis o pluriamor, explicou a putologa. Pluriamor? Não! Pluriputaria!
Resultado desse culto delirante à fornicação sem freios: o crescer cada vez maior das uniões efêmeras, a destruição do casamento, da família. E ela, a família, é “a célula da sociedade”, como a definiu Lenin. Destruída esta célula, a sociedade é destruída. Sociedade destruída, nação destruída.
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Escritor e jornalista, Fernando Jorge é autor de “Drummond e o elefante Geraldão”, que acaba de ser lançado pela Editora Novo Século e cuja primeira edição já está quase esgotada.