domingo, 13 de outubro de 2019

UM LIVRO NAUSEABUNDO


Fui entrevistado por Amaury Jr. no seu programa de televisão, durante uma hora e meia. Critiquei o livro “O Código Da Vinci”, do escritor Dan Brown. Desde o lançamento desse livro, no dia 18 de março de 2003, ele foi lido por cerca de 25 milhões de pessoas.
        Sou um homem que acredita de modo inabalável na figura de Jesus Cristo. Para mim, Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai, a Deus, senão por Ele, a única criatura perfeita que passou pela Terra. Jesus Cristo é de fato o Verbo Divino, a Salvação o Mediador, o Pão da Vida, o Redentor da Humanidade, o Príncipe da Paz, o Sacerdote Eterno, a Luz Imortal.
            Como amo o Nazareno e o trago no meu coração, fiquei indig­nado ao ler em 1995 o livro “Jesus The Man” (“Jesus, o Homem”), da teóloga australiana Barbara Thiering. Essa mulher asquerosa, de alma podre, que não merece ser chamada de teóloga, exibiu no seu livro, sem apresentar qualquer prova, as seguintes infâmias: Jesus casou-se duas vezes, teve três filhos e viveu até os 65 anos!
            Antes de conhecer a obra nojenta de Thiering, eu havia lido em 1992 o ensaio “Holy Blood, Holy Grail” ("O Santo Graal e a linhagem sagrada),escrito por Michael Baigent, Henry Lincoln e Richard Leigh, no qual os seus autores, também sem mostrar nenhuma prova, declaram que Jesus Cristo foi um farsante, um revolucionário judeu que forjou a sua própria crucificação e fugiu com Maria Madalena para o sul da França. E o Messias, ainda por cima, engravidou a Madalena, deu-lhe dois filhos... Quanta infâmia!
       Dan Brown, no capítulo 60 de “O Código Da Vinci”, divulga essas mentiras escandalosas do livro “Holy Blood, Holy Grail”. Também sem mostrar qualquer prova, Dan afirmou: a "Bíblia", conforme a conhecemos ho­je, é uma montagem feita pelo imperador romano Constantino, o Grande (c.306-337). Além disso, garante o blasfemo, esse imperador promoveu Jesus a divindade, quase quatro séculos após a sua morte. O fato, porém, e que  Constantino convocou, no ano 325, o primeiro concílio ecumênico da história do Cristianismo, o Concílio de Nicéia, a fim de preservar por interesse po­lítico a unidade da fé cristã, ameaçada de divisão pelas teses de Arius, um contestador da divindade de Jesus Cristo. Mas o imperador, como revela Gordon Albion na sua idônea “História da Igreja”, deu apoio ao Arianismo. Ora, pelo motivo de ter agido assim, Constantino não promoveu Jesus a di­vindade, como sustentou o autor de “O Código Da Vinci”.
            Veja, amigo leitor, outra safadeza do imundo Dan Brown: ele disse que a Igreja difamou Maria Madalena, transformando-a numa pros­tituta. Expeliu a ignomínia sem apresentar, mais uma vez, nenhuma prova! Ao ler essa canalhice, eu tive a impressão de estar vendo um porco monstruosamente gordo, atolado na lama fedorenta de um chiqueiro, a roncar e a defecar.
              Resumindo: "O Código Da Vinci”, de Dan Brown, conforme eu disse no programa de televisão do Amaury Jr., é um excremento literário. Quem o lê e acredita nele, apoia o diabo, ganha um passaporte para ir ao Inferno, a fim de lá ser assado como churrasco.
            No capítulo segundo do livro “Lacon”, o escritor inglês Charles Caleb Colton (1780-1832) escreveu estas palavras:
            “A calúnia deixa sempre em pior lugar o caluniador e nunca o caluniado”.
            (“Calumny makes the calumniator wonse, but the calumniated never”)
Caluniador de Jesus Cristo, o americano Dan Brown irá sem dúvida para o pior lugar, depois da sua morte: o Inferno. E o seu passapor­te ele próprio o fez, é o livro "O Código Da Vinci”.

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Escritor e jornalista, Fernando Jorge é autor do livro As lutas, a glória e o martírio de Santos Dumont, lançado pela HaperCollins

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