quinta-feira, 18 de março de 2021

Jô Soares foi vítima de grande injustiça


A minha paixão pela Verdade me impeliu a escrever um livro que, segundo o Alberto Dines, matou o Paulo Francis. Sou pai de um livro assassino, lançado pela Geração Editorial, com milhares de exemplares vendidos. Eis o título do livro: Vida e obra do plagiário Paulo Francis – O mergulho da ignorância no poço da estupidez.


Provei nesse livro, documentalmente, que o Francis era racista, odiava os negros e as mulheres. Reproduzi e comentei as suas calúnias, as suas infâmias, assacadas contra a Tônia Carrero, a Marta Suplicy, a Cacilda Becker, a Doroteia Werneck, a Ruth Escobar. Só isto? Não, também provei, Paulo Francis foi plagiário, ladrão literário, apoderava-se de frases de poetas e escritores, e as publicava como sendo de sua autoria. Este meu livro assassino já existe há mais de vinte anos. Até hoje continuo a esperar que me processem por calúnia, difamação. Por favor, queridos inimigos, tratem de me processar, metam-me na cadeia!


Agora vou denunciar uma grande injustiça. É a da TV Globo em relação ao Jô Soares. Nunca essa emissora devia ter feito o que fez com o Jô. Que injustiça, que perversidade! Ação absurda.


Jô Soares é um grande comunicador. O seu programa, na TV Globo, era excelente, prendia a atenção do telespectador, do começo até o fim. Ele fazia perguntas inteligentes e mostrava-se espirituoso.


Primeiro, a fim de o enfraquecer, a TV Globo tirou uma hora do seu programa. Resolveu fazer isto sem lógica, pura injustiça.


Terminado o contrato do programa, ofereceram ao Jô outro horário, sem a força do horário em que o seu programa era apresentado. Jô Soares não aceitou.


Por que agiram assim? O Jô Soares era insubstituível. Nenhum comunicador de televisão, no Brasil, possui a sua força, a sua cultura, o seu carisma.


Levanto uma hipótese. Afastaram o Jô pelo motivo de acharem que ele está velho. Ora, se foi por esta razão, aconselho os responsáveis pela TV Globo a eliminar a própria TV Globo, por ela não ser jovem. Eliminá-la com tudo que possui, com os seus estúdios, as suas câmeras, os seus documentários e as suas telenovelas, cuidadosamente arquivados. Quase tudo isto não é novo, como um bebê recém-nascido.


Se os mandões da TV Globo desprezam os idosos, tudo que é velho, eu os aconselho a andarem descalços e nus, mesmo durante o mais rigoroso inverno, porque sapatos e roupas são coisas muito antigas, com séculos e século de existência...


Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Cale a Boca, Jornalista!”, cuja a sétima edição foi lançada pela Editora Novo Século.

 

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